Tratamento neonatal com agonista 5-HT1A: repercussões sobre o desenvolvimento da atividade locomotora em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: da Silva Aragão, Raquel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8362
Resumo: A locomoção é uma importante função para os seres vivos. Alterações ambientais que ocorram durante o período crítico do desenvolvimento podem promover mudanças no desenvolvimento da atividade locomotora, trazendo prejuízos para o indivíduo. Trabalhos que utilizam a análise automática de comportamentos são de grande importância para o estudo da locomoção. Dentre os sistemas que podem influenciar o desenvolvimento da atividade locomotora, encontra-se o sistema serotoninérgico. Sugere-se que sua atuação seja intermediada via receptores 5-HT1A. Esta dissertação teve como objetivo estudar as repercussões da manipulação farmacológica, crônica ou aguda, com agonista parcial 5-HT1A, sobre a atividade locomotora em ratos. No primeiro estudo, foi desenvolvido um sistema automático de análise da atividade locomotora de pequenos animais, avaliados em um campo aberto. Este sistema permite estudar a atividade locomotora e evidenciar se estimulações ambientais adversas podem promover alterações no padrão de locomoção. Deste sistema, são extraídos parâmetros de distância percorrida, velocidade média, potência média, tempo de imobilidade, número de paradas, tempo de permanência nas áreas do campo e relação tempo de imobilidade/número de parada. Sua validação ocorreu a partir a análise do desenvolvimento da locomoção em ratos normais. Foram utilizados 19 ratos Wistar machos, avaliados no 8º, 14º, 17º, 21º, 30º e 60º dia pós-natal, durante 2 minutos. O sistema mostrouse capaz de extrair eficazmente os parâmetros desejados. Dessa forma, foi possível observar modificações no padrão de locomoção dos animais, devido ao seu desenvolvimento. No segundo estudo, buspirona foi administrada cronicamente, 1º ao 21º dia de vida pós-natal, via subcutânea, nas doses de 2,5 (n=13), 5 (n=13) e 10 (n=13) mg/Kg, em ratos. Nos animais controle, foi administrada salina (n=14). Foram utilizados 53 ratos Wistar machos. O sistema utilizado, as idades e parâmetros avaliados foram os mesmos do primeiro estudo. O tratamento neonatal reduziu a potência média, aos 60 dias, em todas as doses utilizadas. Também alterou a evolução da característica de número de paradas e relação tempo de imobilidade/número de parada, nas doses mais baixas, durante o desenvolvimento. Nos mesmos animais, submetidos à manipulação neonatal, foi realizada aplicação aguda de buspirona (5mg/Kg), aos 70 dias, e, 30 minutos após a administração, a locomoção avaliada durante 10 minutos. Em todos os animais, ocorreu diminuição da atividade locomotora, indicando um possível efeito sedativo da droga. Notavelmente, observou-se redução da distância percorrida e do número de paradas, e aumento no tempo de imobilidade. Entretanto, o grupo que recebeu a dose mais alta de buspirona durante o aleitamento, a redução da distância percorrida foi menor. Em resumo, a manipulação neonatal com buspirona altera alguns parâmetros da atividade locomotora. A administração aguda de buspirona ocasiona redução da locomoção. Porém, em menor intensidade nos animais tratados com a maior dose do fármaco, durante o aleitamento, sugerindo ocorrência do fenômeno da programação