Paralisia cerebral experimental: eventuais consequências da inibição farmacológica da recaptação da serotonina sobre o desenvolvimento somático, sensório-motor e da atividade locomotora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MORAIS, André Teracio Bezerra de
Orientador(a): TOSCANO, Ana Elisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31395
Resumo: A paralisia cerebral (PC) é uma desordem neurológica que altera funções motoras, além de retardar o crescimento somático e a maturação dos reflexos. A serotonina (5-HT) age como um importante neuromodulador no sistema nervoso central e periférico, alterando a plasticidade dos circuitos neurais e se apresentando como um fator que pode alterar alguns efeitos deletérios da PC através de sua manipulação farmacológica. Esse estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da inibição farmacológica da recaptação da 5-HT através do uso da fluoxetina, sobre a maturação somática, ontogênese reflexa, desenvolvimento motor e número de células no córtex somatossensorial em ratos submetidos ao modelo experimental de paralisia cerebral. Estudo de caráter experimental, composto por 64 ratos Wistar machos com distribuição entre os grupos: 1- Controle/Salina (C+S=13), 2-Controle/Fluoxetina (C+F=18), 3- Anóxia perinatal e restrição sensóriomotora/Salina (PC+S=17), 4- Anóxia perinatal e restrição sensóriomotora/Fluoxetina (PC+F=16). O tratamento farmacológico foi administrado do 2º ao 21º dia pela via subcutânea, na região dorsal do animal, utilizando uma concentração de 10 mg/Kg do peso corporal. O controle utilizou 10ml/kg de solução de Cloreto de Sódio (NaCl) a 0,9%. O crescimento somático foi avaliado em dias alternados, a maturação das características físicas e a ontogênese de reflexos foram avaliados diariamente até o seu aparecimento. O desenvolvimento da atividade locomotora foi avaliado através de filmagens dos animais em um campo aberto em dias alternados. A avaliação da coordenação foi realizada pelo teste de rotarod no 29º dia, no qual também os animais foram eutanaziados e houve a retirada de tecido encefálico para análise histológica do córtex somatossensorial. Para verificação da distribuição normal e a homogeneidade das variâncias foi utilizado o teste de Kolmogorov-sminorv. A comparação de médias foi realizada pelos testes Anova Two Way e Kruskal-wallis. Houve uma diminuição do peso (p<0,05) nos ratos submetidos à PC e nos que fizeram uso da Fluoxetina. Nos parâmetros avaliados do desenvolvimento somático, os animais PC e os animais que sofreram a PC associada a manipulação farmacológica tiveram menores medidas do comprimento da cauda (p<0,05). O eixo longitudinal e o látero lateral do crânio foram menores (p<0,05) no grupo PC em relação ao grupo controle, e do grupo PC que sofreu a manipulação farmacológica em comparação aos que não sofreram. A distância total (m), a velocidade média (m/s), a potência média (mW) e o tempo parado (s) foram menores (p<0,05) para os grupos C+F e PC+S comparados ao grupo C+S. Foi observado também uma diminuição (p<0,05) nesses mesmos parâmetros do grupo PC+F comparado ao grupo PC+S. A coordenação foi menor (p<0,05) no grupo C+F comparado ao grupo C+S e no grupo PC+S comparado ao grupo C+S. Houve uma diminuição (p<0,05) do número de neurônios e um aumento (p<0,05) das células da glia no córtex somatossensorial no grupo PC+S comparado ao C+S, assim como no grupo PC+F comparado ao grupo PC+S. A inibição farmacológica neonatal exacerba os efeitos sobre o desenvolvimento somático, motor, atividade locomotora e plasticidade neural do córtex somatossensorial em animais submetidos a modelo experimental de PC.