Diversidade e ecomorfologia de peixes fósseis do Grupo Santana, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: COUTINHO, Isa Marielle
Orientador(a): OLIVEIRA, Gustavo Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44627
Resumo: A ictiofauna da Bacia Sedimentar do Araripe tem sido amplamente pesquisada. A maior parte dos estudos, voltados ao contexto da paleontologia clássica (prospecção, identificação e diversidade), se dá graças à abundância e ao excelente grau de preservação dos fósseis. Ainda assim, dados relacionados a ecologia, estrutura de comunidades e ecomorfologia são escassos. Contribuindo para a redução dessa lacuna, o presente trabalho analisou a diversidade e a ecomorfologia dos peixes de três formações do Grupo Santana da Bacia Sedimentar do Araripe. Para a análise da estrutura da comunidade foram analisados, em 11 coleções paleontológicas, dados de 10.474 exemplares de três Classes principais de peixes (Actinopterygii, Chondrichthyes e Sarcopterygii) e 33 táxons, divididos entre 15 famílias. Desse universo amostral, 12 espécies de Actinopterygii (totalizando 371 exemplares) foram utilizados na análise da ecomorfologia. A Bacia Sedimentar do Araripe se revela um Lagerstätte com alta abundância, porém com baixa diversidade. As formações Crato, Ipubi e Romualdo mostram disparidades entre si, principalmente quanto à diversidade de táxons. Isso ocorre provavelmente devido à mudança de configuração ambiental, dado que a formação possui características ambientais distintas. Entre as três, a Formação Romualdo é a mais diversa (32 táxons), com a presença de componentes da fauna Tetiana, mostrando reflexo da influência da transgressão marinha durante a deposição da formação. Através do estudo foram obtidos os primeiros dados de relações comprimento x comprimentos de exemplares de peixes fósseis da Bacia do Araripe. As análises mostraram crescimento alométrico positivo e isométrico, indicando um bom desenvolvimento das espécies num ambiente próspero, quanto a disponibilidade de alimento e recursos para a sua sobrevivência. A diversidade morfológica foi baixa com a maioria dos exemplares apresentando formato fusiforme, com algumas poucas exceções. Os resultados indicam que espécies diferentes estavam inseridas em um ambiente mais uniforme, e elas em diversas ocasiões competiram por recursos semelhantes intercalando os mesmos nichos.