Narrativas das mulheres guerreiras do agreste sobre como a violência obstétrica atravessou suas vidas : uma leitura decolonial com recorte de gênero e raça
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44237 |
Resumo: | O objetivo desta pesquisa foi analisar os efeitos que a violência obstétrica opera na vida das mulheres que foram violadas ao buscarem assistência à saúde no seu parto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa inspirada na metodologia da sociopoética. A análise se deu através das lentes das epistemologias decoloniais, com recorte de gênero e raça. A leitura da tese é um convite para transitarmos juntos e juntas no universo sensível das mulheres, a partir das diversas formas em que irão nos narrar suas experiências ao sofrerem a violência obstétrica. Por esses caminhos, visitaremos as memórias de dores e sofrimentos, mas também suas alegrias, potências de vida, cuidado coletivo e formas de resistência. A violência obstétrica foi compreendida como um fenômeno complexo que se constituiu à medida que uma sociedade colonizadora, misógina, heteronormativa, violenta e racista se estruturou e colonizou o parto. A pesquisa demonstrou que essa violação pode ocorrer em todas as fases da vida e das decisões reprodutivas das mulheres, podendo trazer consequências nas diversas dimensões de suas vidas. Destaca-se que as mulheres negras são as mais vulneráveis aos maus-tratos e negligência por invisibilidade. Como resultado, essa violação pode atuar impedindo o nascer de seus filhos ou fazendo morrer as mulheres e seus conceptos. Assim, essa violação se configurou como uma estratégia da colonialidade do poder, saber e ser, que, para além de controlar os corpos, a sexualidade e o parto das mulheres, serviu aos projetos ideológicos eugênicos de branqueamento da nação. Diante disso, o seu enfrentamento demanda empoderamento das mulheres; humanização da atenção à saúde sexual e reprodutiva; garantia dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos; acesso universal, integral e equânime da saúde; enfrentamento do racismo e garantia do lugar de fala e de poder de decisão das mulheres negras na gestão dos serviços do SUS e na produção do conhecimento. |