Fatores associados ao excesso de peso em pré-escolares e escolares residentes em uma área urbana de baixa renda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Silvia Gomes de
Orientador(a): LIMA, Marilia de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24266
Resumo: A prevalência de excesso de peso em pré-escolares e escolares aumentou consideravelmente nas últimas décadas, principalmente na população de menor poder aquisitivo. A obesidade infantil é um problema complexo, devido a sua etiologia multifatorial que envolve peso e idade gestacional ao nascer, desmame precoce, introdução inadequada da alimentação complementar, ganho rápido de peso nos primeiros meses de vida, inatividade física e oferta precoce de alimentos obesogênicos frequentemente influenciada pela mídia. Além destes fatores, vale destacar que o contexto de pobreza traz elementos de natureza econômica, cultural, comportamental e social relacionados à concepção e escolha dos alimentos. Essa pesquisa objetivou verificar a associação das condições socioeconômicas, ambientais, demográficas, estado nutricional materno, características biológicas da criança, duração do aleitamento materno e padrão alimentar com o excesso de peso em pré-escolares e escolares residentes em uma área urbana de baixa renda. Trata-se de um estudo transversal, com componente analítico, conduzido com uma amostra de 284 crianças na faixa etária entre 2 e 9 anos de idade no período de junho a dezembro de 2014, no bairro dos Coelhos, na cidade do Recife/PE. A variável de desfecho foi o Índice de Massa Corporal para idade (IMC-para-idade) utilizado para diagnóstico do excesso de peso (> +1 escore z). As variáveis explanatórias analisadas foram as socioeconômicas, demográficas, estado nutricional materno, características neonatais e consumo alimentar das crianças. Como medida de associação calculou-se a razão de prevalência (RP) com o respectivo intervalo de confiança de 95% (IC 95%), adotando o nível de significância de 5% para rejeição da hipótese de nulidade. A regressão de Poisson foi realizada para avaliar o efeito ajustado das variáveis explanatórias no excesso de peso infantil. A prevalência de excesso ponderal na população estudada foi 30,6% (IC 95% 25,6 – 36,2), sendo que 4,6% da amostra apresentava obesidade e 3,2% obesidade grave. Na análise bivariada, as crianças que possuíam tipo de piso melhor em suas moradias, classe econômica mais favorável, mãe com obesidade e não receberam a visita do agente comunitário de saúde nos últimos 30 dias apresentaram maior probabilidade de excesso de peso. As variáveis que permaneceream significantemente associadas ao excesso de peso na regressão de Poisson foram: pertencer a famílias com melhor classe econômica (RP=1,49, IC 95% 1,05 - 2,13, p=0,03) e obesidade materna (RP=1,56, IC 95% 1,09 – 2,23, p=0,01). Esse estudo mostrou elevada prevalência de excesso de peso em pré-escolares e escolares associada a melhor condição econômica e a obesidade materna, reforçando o caráter multifatorial da obesidade infantil, que envolve fatores econômicos, comportamentais, sociais e culturais.