Investigação de genes de resistência a antimicrobianos em isolados clínicos de enterobactérias multidroga-resistentes provenientes de hospitais de Recife-PE : avaliação morfológica e ultraestrutural após ação antimicrobianos e análise de antibioticoterapia in vitro
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38238 |
Resumo: | O objetivo desse estudo foi investigar a ocorrência de diferentes genes de resistência aos carbapenêmicos, aos aminoglicosídeos, e as polimixinas, em isolados clínicos MDR de enterobactérias provenientes de três hospitais de Recife- PE entre 2016 e 2018. Como também determinar, in vitro, a sinergia e a atividade bactericida das combinações de polimixina B, meropenem, amicacina e gentamicina, além de investigar a alterações ultraestruturais causadas por essas associações. Inicialmente, isolados clínicos de enterobactérias resistentes a pelo menos um aminoglicosídeo e a um carbapenêmico foram selecionadas para a investigação da ocorrência de genes codificadores de carbapenemases (blaOXA-48, blaNDM, blaKPC, blaGES, blaVIM, blaIMP e blaSME), enzimas modificadoras de aminoglicosídeos (EMAs) (aac(3)-Ia, aac(3)-IIa, aac(6')-Ib, ant (2")-Ia e aph(3')-VI), metilases 16S rRNA (armA, rmtD e rmtG) e o gene mcr-1. Esses isolados foram genotipados pela técnica ERIC-PCR (enterobacterial repetitive intergenic consensus polymerase chain reaction), a concentração inibitória mínima foi determinada por microdiluição em caldo e a detecção desses genes foram realizadas por PCR e sequenciamento. Foram obtidos no total 35 isolados, provenientes de diferentes espécimes, sendo: 16 isolados de Klebsiella pneumoniae, 10 de Proteus mirabilis e 09 de Serratia marcescens uma alta variabilidade genética entre as espécies. Dentre eles, 89% apresentaram o gene blaKPC-2, 26% apresentaram o gene blaNDM-1 e 97% apresentaram genes EMAs. Esse é o primeiro relato publicado da associação dos genes blaNDM-1, blaKPC-2 e genes EMAs em isolados clínicos de K. pneumoniae, P. mirabilis e S. marcescens no Brasil. Após a caracterização fenotípica e genotípica, foram selecionados quatro isolados portadores do gene blaNDM-1 e resistentes a polimixina B, para determinação in vitro da ação das combinações antimicrobianas. Os isolados (K7R2 e K11R2) foram submetidos a combinações de polimixina B, meropenem, amicacina e gentamicina para investigação das atividades sinérgica e bactericida por meio das técnicas de checkerboard e time-kill. Polimixina B combinada com meropenem e com amicacina foram mais eficazes contra esses isolados. Os isolados P3R3 e S9U foram submetidos a combinações de meropenem com amicacina e gentamicina, além disso, foram selecionados para avaliação de alterações ultraestruturais causadas por essas combinações, através da microscopia eletrônica. Em ambos isolados a combinação de meropenem e gentamicina foi mais eficaz, porém no isolado P3R3 essa combinação foi bactericida com eliminação das células bacterianas após 6h da utilização desses antimicrobianos. Alterações ultraestruturais mais intensas foram observadas quando as células bacterianas foram expostas a combinações sinérgicas e bactericidas. Pode-se concluir que apesar da circulação de uma nova carbapenemase (NDM) em Recife-PE, o uso de antimicrobianos já conhecidos na prática clínica, como polimixina B, amicacina, meropenem e gentamicina, em associação, podem ser uma alternativa para a antibioticoterapia e para impedir a disseminação de espécies MDR. Adicionalmente, dados obtidos neste estudo alertam para a disseminação de genes de resistência aos carbapenêmicos e aminoglicosídeos entre isolados clínicos e relacionados clonalmente. O que pode indicar uma alta probabilidade de pacientes estarem servindo de reservatórios para bactérias portadoras dos genes blaNDM-1 e blaKPC-2 e outros determinantes de resistência. |