Avaliação da atividade biológica de extratos orgânicos e caracterização parcial de uma lectina de Manilkara rufula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ARCOVERDE, José Helton de Vasconcelos
Orientador(a): CUNHA, Maria das Graças Carneiro da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25573
Resumo: Este trabalho teve como objetivos realizar um screening com diversas espécies da Caatinga, isolar, caracterizar e testar quimicamente moléculas bioativas presentes nas folhas de Manilkararufula (Maçaranduba), visando agregar valor biotecnológico às plantas desse bioma. Foram avaliadas 28 espécies vegetais quanto à presença de lectinas, a partir do teste de atividade hemaglutinante (AH), e inibição de tripsina. Utilizando aparelho soxhlet deferentes extratos orgânicos foram preparados, em ordem eluotropica, com folhas de M. rufula, utilizando os solventes clorofórmio, acetato de etila e metanol, e o perfil fitoquímico dos extratos obtidos traçado por cromatografia em camada delgada (CCD). Testes de atividade antioxidante,invitro, com os extratos foram realizados pelos métodos de DPPH e Fosfomolibidênio, e os mesmos tiveram ainda seus conteúdos de flavonoides determinados. A ação protetora de DNA também foi avaliada para os extratos e a lectina obtida.A atividade antimicrobiana foi realizada por diluição seriada em microplaca contra seis espécies de bactérias.Neste estudo foi avaliada ainda a atividade termiticida para cada um dos extratos obtidos.Uma lectina foi obtida a partir do extrato salino das folhas de M.rufula, aprengando-se métodos tradicionais de purificação, como fracionamento salino e cromatografia de afinidade. Dentre as espécies analisadas, 20 apresentaram AH, onde as concentrações proteicas nos extratos salinos variaram de 0,95 a 20,88 mg/mL, e 21 foram capazes de inibir, em seus extratos, a atividade de tripsina em algum nível. O ensaio em CCD revelou pouca diversidade de compostos secundários nas folhas de M. rufula, sendo encontrados heterosídeos cianogênicos, flavonoides, triterpenos, esteroides e taninos. Os melhores resultados de atividade antioxidante foram obtidos com os extratos preparados com metanol e acetato de etila, os quais apresentaram excelente sequestro de radicais livres a uma concentração de 200 μg/mL. Nestes extratos também foram encontradas uma alta concentração de compostos fenólicos e flavonódies, os mesmos também apresentaram atividade protetora de DNA e mostraram-se eficazes como agentes antimicrobianos, atuando contra algumas cepas de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Os três extratos obtidos apresentaram atividade termiticida com eliminação de 100% dos insetos em até 48 horas. A lectina foi obtida por cromatografia em suporte de quitina e mostrou-se altamente termoestável, mantendo sua AH mesmo quando submetida a estresses de calor e resistente a variações de pH. A lectina não teve sua AH alterada pela presença de íons, e em SDS-PAGE observou-se a presença de duas bandas com 42,3 e 36,2 kDa. Esta proteína também apresentou atividade protetora de DNA e antibacteriana contra M. luteus. Este é o primeiro relato que apresenta M. rufula como uma espécie vegetal com potencial biotecnológico, tornando-a uma promissora fonte de novos compostos bioativos.