“Fiz o contrário do que se esperava”: uma análise da ação empreendedora cultural de Kleber Mendonça Filho no cinema brasileiro à luz dos estudos culturais

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: ANDRADE, Taynãh Marques de Lira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco; UFPE; Brasil; Programa de Pos Graduacao em Administracao
• Palavras-chave em Português: Visão empreendedora; Estudos culturais; Cinema brasileiro
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49209

A investigação da ação empreendedora cultural no audiovisual sob as lentes dos Estudos Culturais está fundamentada na compreensão da cultura como dimensão representativa da realidade social. A abordagem é qualitativa e de teor interpretativista crítico, sob o arcabouço teórico-metodológico do “circuito da cultura”, demarcado pelas dimensões dos momentos da produção, consumo, identidade, representação e regulação cultural, num processo conduzido para se compreender o modo como ocorre a ação empreendedora cultural do diretor, roteirista, crítico e cineasta Kleber Mendonça Filho no âmbito do cinema brasileiro, por meio da análise do discurso. As formações discursivas emergentes dessa análise desvelam o protagonismo desse realizador fílmico no sentido de articular recursos à sua subjetividade como esforço para desenvolver e disponibilizar bens e serviços culturais no universo da produção fílmica. O empreendedor cultural que opera com as artes estabelece diálogos com o seu interlocutor e com a sociedade civil, em que evidencia tensões na esfera artística inerentes à arena cultural. O ambiente de produção marcado por colaboratividade integra o universo do cinema, uma vez que existem nuances de uma produção interativa de negócios. A emergência de práticas empreendedoras demanda a ressignificação dos formatos de consumo, articulação social, capital humano e financeiro e incentivo à reflexão com respeito a políticas públicas de assistência ao setor de cinema. A valorização dos artistas que empreendem na esfera da cultura subverte a lógica utilitarista da força do capital empresarial ao ressignificar o ponto de vista conferido ao fenômeno empreendedor que opera sob a égide da produção cultural.