Quando o fiel vira fã: celebridades religiosas e interações no Facebook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: FREIRE, Adriana do Amaral
Orientador(a): PATRIOTA, Karla Regina Macena Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25339
Resumo: Partindo da experiência religiosa mediada pelas ferramentas digitais da internet, esta tese se ancora na observação do contexto contemporâneo, no qual instituições religiosas promovem ações de marketing para se diferenciarem e conquistarem seus públicos e personalidades religiosas despontam como celebridades midiáticas. Com esta perspectiva, nos debruçamos sobre os discursos e interações que ocorrem nos espaços digitais em rede para compreender movimentos que ocorrem na esfera religiosa moderna, no âmbito cristão, considerando especificamente o ambiente das mídias sociais digitais ou, mais precisamente, do Facebook. Nesse empreendimento, analisamos a presença digital de celebridades religiosas e as interações que estas promovem com seus fiéis e seguidores, que acabam por se converterem em fãs. Para fazer isso, trabalhamos combinando as metodologias qualitativas da Netnografia e da Análise do Discurso. A pesquisa demanda a consulta de uma base teórica bem diversa para fundamentar conceitos da análise do discurso e da netnografia, que desenvolvemos com base em autores como Foucault e Orlandi na AD e Kozinets e Hine, para estudo da netnografia. Para embasar a discussão sobre mercado religioso consultamos autores como Canclini, Houtart, Carranza e Patriota. Para pensarmos a expressão celebridade religiosa, tomamos como base Alpion, Zovan, Marshal e Cashmore. E, nas perspectivas de ciber-fiel e ciber-igreja, consultamos Aoki e Machado e Jenkins, além de Heidi Campbell e Hutchings, que abordam autoridade religiosa e ciber-igreja. A ênfase apresentada no trabalho é estruturada a partir da experiência religiosa mediada pelas ferramentas da internet e pelos espaços digitais ocupados por tais líderes religiosos, que mesmo promovendo uma atmosfera espetacular, conservam algo de sagrado e que muito se assemelha aos templos religiosos presenciais. Tais perspectivas nos direcionam para a observação dos seguidores dessas celebridades religiosas no ambiente digital que, pelas características da dinâmica e interatividade, da proximidade e autonomia que as redes digitais conferem aos usuários, acabam por promover um redesenho do fazer religioso contemporâneo. Essa ideia sustenta a tese de que os fiéis religiosos tradicionais, quando passam a interagir com seus líderes dentro de ambientes digitais, convertem-se em ciber-fiéis, mas igualmente conferem a seus líderes um tratamento de celebridades, ao mesmo tempo em que se comportam como fiés-fãs.