Desigualdades de classe e gênero no acesso à terra: uma aproximação a partir das práticas das participantes do Movimento de Mulheres Rurais do Sertão Central de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: MORALES, Paola Alejandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9628
Resumo: Esta dissertação aborda as imbricações de classe e gênero nos processos organizativos relacionados ao acesso à terra. A pesquisa visou compreender de que forma a participação das mulheres no Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais tem contribuído para gerar mudanças em relação ao acesso e controle da terra no Sertão Central de Pernambuco, Brasil. Partindo do pressuposto de que os entraves das mulheres rurais para ter acesso à terra estão determinados por relações de classe e gênero, o estudo se baseia no referencial teórico - metodológico do materialismo histórico dialético e os estudos de gênero que abordam esta perspectiva. A pesquisa é de caráter qualitativo, e teve como universo as participantes do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais no Município de Serra Talhada. A igualdade formal de direitos em relação à terra tem sido necessária mas não suficiente para as mulheres rurais. No decorrer da pesquisa se constataram alguns processos históricos que determinam o acesso das mulheres à terra. Por um lado, as relações de classe, mediadas pela organização que representa os interesses dos/as trabalhadores/as em relação aos grandes proprietários da terra; por outro lado, as mudanças e permanências nas relações de gênero, particularmente a partir da organização das trabalhadoras rurais. Ambos os processos desafiam a dupla militância das trabalhadoras rurais em relação a: os movimentos sociais rurais que abrangem homens e mulheres; os programas de reforma agrária; os arranjos na transmissão patriarcal do patrimônio familiar; os suportes ideológicos que desqualificam as mulheres como trabalhadoras e fortalecem a fragmentação das classes subalternas