A relação entre assessores e trabalhadores rurais: limites e possibilidades de uma relação democrática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: SILVA, Eliana Andrade da
Orientador(a): SILVA, Zélia Maria Pereira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20188
Resumo: No contexto da reestruturação produtiva e do avanço do projeto neoliberal no Brasil, as políticas públicas destinadas a Questão Agrária tem sido fortemente impactadas, tendo em vista a Reforma do Estado. É nessa realidade que se insere este estudo o qual enfoca a relação entre assessores e trabalhadores (as) rurais. Buscamos identificar se o processo de capacitação realizado pelos assessores junto a esses (as) trabalhadores (as) contribui para construção de relações democráticas ou para reproduzir e aprofundar as relações de dependência e subalternidade dos (as) mesmos (as). Nossa unidade impírica de análise foi o assentamento Lagoa Nova, Riachuelo/RN. Os instrumentos utilizados no processo de coleta de dados foram entrevistas semi-estruturadas com os (as) trabalhadores (as) observação, consulta a documentos da COOLAGOANOVA, sistematização do diário de Campo, assim, como relatórios de atividades elaboradas pelos assessores. As principais categorias utilizadas foram a noção de Intelectual e Educação Politécnica, com base no pensamento Gramsciano. Os resultados da pesquisa revelam que a relação que se processa entre assessores e trabalhadores (as) é uma relação contraditória e que durante a capacitação podem ser exercitadas tanto relações de democráticas como podem ser reproduzidas e fortalecidas as relações de poder vigentes na sociedade. A capacitação pode contribuir para que os (as) trabalhadores (as) elaborem uma nova visão de mundo e superem o momento econômico-corporativo, o que pode colaborar com a tomada de consciência acerca de sua identidade de classe social. A vivência de relações democráticas apenas será possível se a capacitação for implementada com base na concepção de Educação Politécnica, de forma que haja articulação entre conteúdos técnicos, as práticas políticas de classe dos (as) trabalhadores (as) e o fortalecimento de suas organizações, possibilitando-lhes realizar uma reforma moral e intelectual na sociedade, contribuindo também para que se torne classe social dirigente.