Por uma Geografia do Cárcere: Territorialidades nos pavilhões do Presídio Professor Aníbal Bruno- Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ferreira de Arruda, Raimundo
Orientador(a): José de Sá, Alcindo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6858
Resumo: A presente dissertação versa sobre as territorialidades nos pavilhões do Presídio Prof. Aníbal Bruno. A hipótese central do trabalho é a de que a ausência do Estado e a superlotação fomentam / estimulam a montagem de um poder pelos próprios detentos. A luta por espaço implica em luta pela vida e a práxis dos internos transformam os pavilhões em espaços recortados por redes. Pois como o Estado não cumpre o seu papel, as necessidades básicas transformaram-se em recursos, por isso, o preparo de refeições (para fugir da alimentação oficial), o aluguel de eletrodomésticos e a prestação de um pequeno serviço, como a lavagem de roupas, são alguns dos exemplos da práxis vivenciada no cárcere. O espaço é aqui entendido como um sistema de objetos e sistemas de ações, na qual cada forma apresenta um conteúdo específico / esperado. No entanto, o presídio é um espaço no qual os detentos criam territórios ao se aproximarem de determinados locais da cela e do pavilhão, e, como conseqüência desse processo, estruturam-se as redes, que nada mais são do que os pontos visíveis ou não do jogo do poder no interior da referida unidade. Alguns dados ajudaram a construir um perfil do detento mostrando que na sua maior parte eles vem da periferia da Região Metropolitana do Recife, que por isso mesmo antes de adentrarem o muro do presídio eles já conviviam com uma situação de exclusão. É claro que foi difícil dissociar a questão do cárcere da sociedade envolvente, esta deve também repensar seus valores, modificar-se: humanizando-se