Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
MEDEIROS, Camila Dias Barros |
Orientador(a): |
SANTOS, Mauro Guida dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28826
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Resumo: |
A cera epicuticular tem sido apontada como uma adaptação física importante a uma grande gama de fatores ambientais, como secas, alta irradiância e herbivoria. Em um ambiente caracterizado por um regime de chuvas irregulares, como o semiárido brasileiro, ela pode atuar como um fator determinante do conjunto de espécies capazes de se estabelecer em diferentes estágios do processo de regeneração natural. Apesar de ser reconhecida como um componente importante do sistema de defesa das folhas contra a perda de água para o ambiente, ainda não foi esclarecido de que maneira a cera epicuticular interfere no metabolismo foliar. Nesse trabalho, investigamos como a cera epicuticular contribui para a redução da perda de água para o ambiente e o seu impacto nas trocas gasosas em diferentes estádios do processo de sucessão ecológica. Para tanto, utilizamos indivíduos de Aspidosperma pyrifolium (Mart.) de mesma idade, localizados em três áreas em diferentes estádios do processo de sucessão: inicial, intermediário e tardio. Em cada indivíduo foram avaliadas folhas intactas e folhas que sofreram remoção mecânica da cera epicuticular das faces abaxial e adaxial, utilizando uma solução de goma arábica (1,5 g. mL⁻¹). Avaliamos as trocas gasosas, o status hídrico e o teor de ceras epicuticulares, fenóis e pigmentos fotossintéticos. As medições foram realizadas no mês de Maio de dois anos consecutivos, com baixa (2013) e alta (2014) pluviosidade. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) dois fatores, seguida do teste de Student Newman Keul’s a 5% de probabilidade. Os resultados mostraram que a cera contribui fortemente para a manutenção de altas taxas fotossintéticas nas folhas, que são capazes de manter seus estômatos abertos por mais tempo e com maior eficiência no uso da água mesmo no ano mais seco. Em 2013, o menor potencial hídrico e as maiores taxas de fotossíntese foram encontrados nos indivíduos do estádio inicial, mas em 2014 as maiores taxas fotossintéticas foram encontradas nos estádios intermediário e tardio. O teor de clorofila a, carotenoides e fenóis foi mais elevado no ano de 2014 e semelhante entre os diferentes estádios sucessionais. No ano de 2013, o teor de cera das folhas foi maior do estádio inicial ao tardio, mas no ano de 2014 não apresentou diferença entre os estádios sucessionais, sendo sempre igual ou inferior ao ano anterior. Nossos resultados indicam que as ceras epicuticulares ajudam a proteger as folhas contra a dessecação, pois promovem uma barreira física à perda de água, permitindo, assim, que elas mantenham seus estômatos abertos e consigam fixar mais CO₂. A cera epicuticular exerce um papel importante nas folhas de A. pyrifolium, contribuindo fortemente para a manutenção de altas taxas de trocas gasosas com maior eficiência no uso da água, independentemente do estádio sucessional. |