Esfingofilia e polinização por engano em Aspidosperma pyrifolium Mart., uma Apocynaceae arbórea endêmica de caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: QUEIROZ, Joel Araújo
Orientador(a): MACHADO, Isabel Cristina S.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18500
Resumo: A Caatinga apresenta espécies vegetais com sistemas de polinização reconhecidamente diversificados, com recursos e tipos florais especializados e com freqüências de síndromes semelhantes a ambientes mais úmidos. Aspidosperma pyrifolium é uma arbórea endêmica de Caatinga, regionalmente, utilizada como fonte de madeira, sendo indicada na restauração florestal de áreas degradadas do semi-árido. Neste estudo, as seguintes questões, relacionadas à biologia floral e reprodutiva de A. pyrifolium, foram propostas - (1) quem são os visitantes florais e os polinizadores efetivos? (2) há recurso floral para os polinizadores? (3) há dependência de vetor biótico de pólen na formação de frutos? (4) como ocorre o processo de polinização? (5) como é o sistema reprodutivo? As observações de campo foram realizadas no período de abril/2007 a dezembro/2008, em populações naturais ocorrentes na RPPN Fazenda Almas (7°28'45"S e 36°54'18"W), Paraíba, Brasil. Aspidosperma pyrifolium apresentou floração anual, restrita ao período de seca (novembro-fevereiro), sendo os indivíduos caracterizados pela produção massiva de flores. As flores, cujos atributos estão relacionados as síndromes de esfingofilia e fanelofilia, apresentam corola hipocrateriforme, a qual é formada de cinco lobos esbranquiçados e um tubo floral esverdeado e curto, que pode ser acessado pela estreita fauce pentagonal. O início de antese é crepuscular, estando as flores abertas às 18:00hs. Há emissão de odor nos lobos da corola, principalmente, na primeira noite de antese. As anteras agrupam-se numa estrutura em formato de cone no interior do tubo floral, estando deiscentes já nos botões em préantese, sendo o pólen apresentados no interior do cone de anteras, permitindo assim, uma deposição eficiente destes na probóscide dos visitantes. A cabeça do estilete está envolvida na dupla função de produção de substância pegajosa e de estigma, não participando, porém, do mecanismo de apresentação secundária de pólen. As flores de A. pyrifolium são desprovidas de néctar, sendo a polinização realizada por engano. Lepidópteros noturnos (Sphingidae) são os polinizadores de A. pyrifolium. A reduzida freqüência de visitas de polinizadores, o mecanismo de polinização por engano, que pode desestimular visitas freqüentes, e o comportamento dos noctuídeos, que promovem o fluxo de pólen entre as flores do mesmo indivíduo, resultam na baixa produção de frutos em A. pyrifolium.