A construção dos Direitos Humanos por mulheres trabalhadoras sem-terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: PINTO, Lucas Alencar
Orientador(a): PIRES, Ângela Maria Monteiro da Motta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Direitos Humanos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
MST
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39395
Resumo: O papel da mulher no meio rural é diverso e possui grande relevância. No Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as mulheres que vivem no campo são responsáveis por diversas tarefas, desde atividades ligadas à produção agrícola, os cuidados com a casa, a participação em assembleias e em toda a vida política da comunidade. Entretanto, em que pese a importância do papel da mulher assentada, os estudos que abordam a situação da mulher do campo, tanto na área das ciências sociais, como na das ciências agrárias, não têm tratado da questão dessa mulher e os Direitos Humanos. Diante deste fato, o presente trabalho buscou compreender como mulheres do assentamento 10 de abril, em Crato, Ceará, que atuam enquanto militantes do MST, constroem os Direitos Humanos. Para isso, buscou-se identificar quem é a mulher militante do MST, verificar quais as suas práticas e, por fim, compreender qual a visão das mulheres assentadas acerca dos Direitos Humanos. Adotou-se como pressupostos teóricos a teoria crítica dos Direitos Humanos, os estudos de gênero e a literatura pertinente à questão das trabalhadoras e trabalhadores rurais sem-terra. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, a qual utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada e para a análise dos dados foi adotada a análise de conteúdo. Constatou-se que as mulheres sem-terra do assentamento 10 de abril, são diversas, plurais, que estão em movimento, transformando a sua realidade, apesar das agruras enfrentadas, como a falta de organização do grupo de mulheres. A mulher no Assentamento participa ativamente na comunidade e está engajada na atividade política, posto que nas assembleias as mulheres são maioria. Apesar de não afirmarem com segurança o que são Direitos Humanos, as mulheres produzem estes direitos ao gozarem de sua capacidade empática, na sua inquietude por igualdade, respeitando a diferença, na conquista do lazer do futebol e na transformação dentro de sua comunidade.