Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
PASSOS, José Hilton dos |
Orientador(a): |
MAIA, Leonor Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44624
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Resumo: |
As florestas tropicais secas estão entre os ecossistemas mais biodiversos da terra e correspondem a cerca de 40% das florestas tropicais do mundo, provendo serviços ecossistêmicos de extrema importância para manutenção e sustentabilidade da população humana. No Brasil, as florestas tropicais secas estão inseridas em sua maioria na região semiárida, perfazendo uma área de 1.128.697 km2, conhecida como Caatinga. A Caatinga é formada sobre dois tipos de embasamento: o cristalino, que cobre a maior parte de sua superfície (70%), e o sedimentar (30%). Esses ambientes heterogêneos abrigam distintas comunidades vegetais que podem formar associação com diversos microrganismos presentes no solo, tais como os fungos micorrízicos arbusculares (FMA, Glomeromycota). Os FMA são microrganismos biotróficos obrigatórios que formam simbiose mutualística com a maioria das plantas. Considerando a importância desses microrganismos na sustentação das comunidades vegetais e dos ecossistemas terrestres, os objetivos deste trabalho foram determinar a diversidade, a estrutura e a composição de comunidades de FMA na rizosfera de espécies comuns em ambientes cristalino e sedimentar, no semiárido do Brasil. Amostras de solo foram coletadas entre janeiro e junho de 2018, nos estados da Bahia e de Pernambuco, em áreas com embasamento cristalino (municípios de Arcoverde, Casa Nova e Petrolina) e sedimentar (Casa Nova e Tupanatinga) na rizosfera de Jatropha mollissima, J. mutabilis e Mimosa tenuiflora. Em cada local foram selecionados aleatoriamente 10 indivíduos de cada espécie vegetal, e uma amostra foi retirada da rizosfera de cada planta, totalizando 50 amostras em ambiente sedimentar e 50 no cristalino (n = 100). No total, foram registrados 96 táxons de FMA, distribuídos em 13 famílias e 23 gêneros, com maior riqueza de táxons de Acaulospora (22), Glomus (14) e Rhizoglomus (11). Nas áreas de estudo 81 e 85% da riqueza de espécies de FMA foi acessada, com base nos estimadores Jackknife 1 e Chao 1, respectivamente. A diversidade de espécies de FMA não diferiu entre os tipos de embasamento, os locais de coleta e as rizosferas das espécies vegetais, com base nos índices de Shannon e Simpson. No entanto, a composição das comunidades de FMA diferiu entre os ambientes cristalino e sedimentar. O solo da rizosfera das três plantas estudadas também apresenta diferente estrutura de comunidades fúngicas, e alguns atributos químicos e físicos do solo (areia grossa, argila natural, cálcio, grau de floculação, pH), foram correlacionadas com a distribuição desses microrganismos. Nove espécies de FMA foram indicadoras para os tipos de embasamento e 17 para as espécies vegetais. Houve diferença no predomínio de glomerosporos de certas ordens de FMA em relação às áreas com embasamento cristalino (Glomerales) e sedimentar (Gigasporales), e em relação às plantas, com menor número de glomerosporos de Archaeosporales e Glomerales na rizosfera de J. mollissima, em comparação com as demais. A composição das comunidades de FMA é influenciada pelos hospedeiros vegetais e os tipos de embasamento e as características edáficas são os principais fatores estruturadores das comunidades de FMA nas áreas do semiárido estudadas. |