Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Nathália Tavares |
Orientador(a): |
RÊGO, Moacyr Jesus Barreto De Melo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55837
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Resumo: |
Síndromes respiratórias constituem um problema de saúde pública, com elevado impacto econômico e social a nível mundial. A apresentação de sintomas análogos associada a circulação simultânea de diferentes patógenos evidenciam a vigilância epidemiológica como importante estratégia para adoção de políticas públicas e medidas terapêuticas efetivas para o manejo clínico das infecções respiratórias. Neste cenário, o presente estudo buscou caracterizar o perfil epidemiológico, clínico e sociodemográfico de casos suspeitos de infecção respiratória na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante agosto de 2021 a dezembro de 2022. Para tal, casos suspeitos de infecção respiratória foram recrutados em diferentes distritos sanitários da RMR e, em seguida avaliados quanto as suas características sociodemográficas, clínicas e as amostras biológicas destinadas ao diagnóstico diferencial por RT-qPCR multiplex. No período avaliado, o distrito sanitário 4 da cidade do Recife registrou o maior número de casos, correspondendo a 95% da coorte do estudo. Foram diagnosticados casos de monoinfecção (55,8%), coinfecção (11,01%) e casos sintomáticos negativos (33,1%) para os 27 patógenos respiratórios investigados. SARS-CoV-2 (67/22%), Rhinovírus (37/60%) e Haemophilus influenzae (11/18%) foram os patógenos mais frequentes entre os casos de monoinfecção nos meses de junho e março de 2022. Haemophilus influenzae foi o patógeno mais frequente entre os casos de coinfecção envolvendo outros patógenos respiratórios (OPR) (30%) e àqueles envolvendo SARS-CoV-2 e OPR (43%). A ausência dos sintomas, inapetência (p= 0,02) e ageusia (p= 0,01) foi significativamente associada ao diagnóstico de monoinfecção independente do patógeno respiratório. O sexo feminino, a cor da pele parda, o estado civil solteiro e o ensino superior completo foram as características mais frequentes, exceto para os casos de coinfecção e monoinfecção por OPR onde houve a maior frequência de indivíduos casados (51,6%), com ensino médio concluído (41,9%) e cor da pele branca (40,7%), respectivamente. Fadiga (60%) e febre (59%) foram os sinais e sintomas mais incidentes nos casos de monoinfecção por SARS-CoV-2 enquanto dor no peito (82%) foi mais incidente nos casos de monoinfecção por OPR. Os sinais e sintomas dos casos de coinfecção apresentaram frequência relativa acima daquela observada em toda a coorte. Nos casos sintomáticos negativos, a maioria dos sintomas avaliados esteve abaixo da frequência relativa observada em toda a coorte. O modelo de regressão logística revelou que indivíduos asmáticos (p=0,033; OR=13,82; IC 95%: 1.2±154), com apresentação de dor no peito (p=0,06; OR=3,97; IC 95%: 0.9±16) e fadiga (p=0,06; OR=2,12; IC 95%: 0.9±4.7) possuem mais chance de serem diagnosticados com coinfecção por SARS-CoV-2 e OPR. Além disso, pacientes com presença de mialgia (p=0,03; OR=0,37; IC 95%: 0.1±0.9) e rash cutâneo (p=0,05; OR=0,12; IC 95%: 0.1±1.07) foram significativamente identificados com menos chance de ter coinfecções por SARS-CoV-2 e OPR. Durante o período avaliado, o SARS-CoV-2 foi o patógeno mais incidente quer sejam considerados os casos de monoinfecção ou coinfecção quando comparada a frequência de infecção por OPR na RMR. Estudos futuros são necessários para elucidar o impacto do SARS-CoV-2 sobre o perfil sazonal e clínico das infecções respiratórias. |