Características epidemiológicas e distribuição espacial da síndrome respiratória aguda grave por COVID-19 no estado do Pará no primeiro ano da pandemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sardinha, Daniele Melo
Orientador(a): Lima, Luana Nepomuceno Gondim Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6944
Resumo: Em dezembro de 2019 um novo coronavírus em Wuhan na China surgiu apresentando sintomas respiratórios e morte, logo foi isolado e denominado SARS-CoV-2. Em março de 2020 a COVID-19 chegou ao nível de pandemia, apresentando-se na maioria como casos leves e uma parte em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A região norte do Brasil apresenta a segunda maior incidência e a primeira colocação na taxa de mortalidade. Objetivou-se investigar as características epidemiológicas e distribuição espacial da síndrome respiratória aguda grave por COVID-19 no estado do Pará. A partir de um estudo longitudinal de coorte retrospectiva e ecológico, de base secundária disponibilizados pelo Ministério da Saúde pela plataforma OpenDataSUS, referente a dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-GRIPE), dos casos notificados e confirmados para COVID-19 no estado do Pará no período de 01/01/2020 a 31/12/2020. As variáveis extraídas foram referentes ao perfil epidemiológico. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences 20 (SPSS). Foram aplicados testes do Qui-quadrado para comparar as variáveis dos sobreviventes e óbitos, bem como regressão logística binária para os sintomas, comorbidades e desfecho hospitalar. Foi aplicada a análise de sobrevivência pelo Kaplan-Meier. Foi realizado também a distribuição espacial, pela estimativa de densidade Kernel (EDK) e a varredura espacial, a partir da incidência e letalidade. A população foi (n=16.375), desses (n=9.420-57,53%) sobreviventes e (n=6.955-42,47%) os óbitos, a letalidade representou 47,5%. Em relação as características, foram (59,05%) do sexo masculino e (40,95%) feminino, idade a média de 58 anos. Os óbitos foram do sexo masculino (n 62,20%), idade média de 67 anos. Os sinais e sintomas apresentados foram: tosse (79,69%), febre (78,02%), dispneia (74,48%), desconforto respiratório (63,02%), saturação de O2 =<95% (48,86%) e dor de garganta (34,01%). Os sintomas associados a letalidade foram: dispneia (81,52%), desconforto respiratório (65,10%) e saturação de O2 =<95% (56,03%). As comorbidades e fatores de riscos foram a doença cardiovascular crônica (24,26%) e diabetes (21,71%). A maioria das comorbidades foi associada ao óbito, doença cardiovascular crônica (31,37%), diabetes (27,06%), doença renal crônica (4,24%), outra pneumopatia crônica (3,16%), imunodeficiência (3,01%), doença neurológica crônica (2,24%), doença hepática crônica (0,83%). Vacinados (13,46%) contra a gripe (influenza) foram um fator de proteção. Na razão de chances de óbito a dispneia e alteração na saturação de O2 apresentou duas vezes mais chances de óbito, seguido da pneumopatia crônica apresentou com três vezes mais chances; doença hepática crônica, doença renal crônica, doença cardiovascular crônica, imunodeficiência e diabetes mellitus apresentando duas vezes. No desfecho hospitalar está internado em UTI apresentou seis vezes e uso de ventilação invasiva duas vezes mais chances de óbito. A sobrevida foi menor (<0.0001) nos internados em UTI, ventilação invasiva e não vacinados contra a gripe. Identificou-se a concentração de taxas de incidência e letalidade nas mesorregiões Baixo Amazonas, Sudeste Paraense e Sudoeste Paraense. O perfil se caracteriza em homens, adultos, e os óbitos em homens mais velhos, portadores de doenças crônicas associadas a letalidade. Os autores recomendam que as políticas públicas de combate a COVID-19 se dirigem para essas mesorregiões do estado, Baixo Amazonas, Sudeste Paraense e Sudoeste Paraense, bem como a vacinação em massa da vacina da influenza na população economicamente ativa, como coadjuvante na redução de casos graves e óbitos, bem como a melhoria na qualidade da vigilância laboratorial e epidemiológica.