Relações entre a estrutura dos estados fenomenais e as habilidades visuoespaciais durante a estimulação tátil na atividade de rotação mental em cegos e videntes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: DAMASCENO, Rodrigo Oliveira
Orientador(a): NASCIMENTO, Alexsandro Medeiros do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46335
Resumo: É sabido que o campo de pesquisa na área de Representação Mental e Estados Fenomenais está em construção, são pesquisas que contemplam as Imagens Mentais originadas pela estimulação tátil em pessoas com deficiência visual. O objetivo do trabalho é investigar as relações existentes entre a Estrutura dos Estados Fenomenais e as Habilidades Visuoespaciais durante a Estimulação Tátil na Atividade de Rotação Mental em cegos congênitos e participantes com cegueira adquirida, e indivíduos videntes. A experiência Interna e uma instância diretamente presente à pessoa, algo de que a pessoa esteja diretamente (ou reflexivamente) consciente, algo que esteja diante do foco da consciência do indivíduo em um dado momento. Já a Autoconsciência, que é um mediador da Experiência Interna, é um processo de auto-avaliação do sujeito, ou seja, refere-se aos estados de autofocalização sob controle de estímulos ambientais estando consciente de si e a Rotação Mental que é a capacidade de mover imagens mentais para facilitar sua identificação. A pesquisa contou com 25 participantes divididos em três grupos, serão 7 participantes cegos congênitos, 10 participantes com cegueira adquirida e 8 participantes com visão normal, os participantes eram adultos jovens de uma instituição que presta serviços a pessoa com deficiência visual e em escola e serão pareados por sexo. Foram utilizados dois instrumentos que são: Tarefa de imagens hápticas (utilizada em todos os participantes para estimulação da produção de imagens mentais) e a Entrevista Fenomenológico-Cognitiva dos Estados Autoconscientes – EFEA (utilizado para todos os participantes). As análises fenomenais revelaram que durante a tarefa de rotação mental os participantes experienciaram cinco elementos da experiência interna, corroborando com a literatura, que foram: Imagem Háptica, Visualização Interna, Fala Interna, Consciência Sensória, Sentimento, e mais três elementos que surgiram no fluxo da experiência interna, Objetos da Consciência Inclassificados pelo Participante, Modo como o Participante Vivência a Atividade e Aprendizados Anteriores. Os dados mostram que ambos os participantes experiênciaram estruturas fenomenais complexas durante a atividade de rotação mental e que o tato é tão eficiente quanto a visão para produzir e manipular imagens mentais, produzindo objetos na consciência que mediam a experiência interna em curso. As análises estatísticas evidenciaram que não houve diferenças significativas no diz respeito ao acesso a visualidade, também não houve relações significativas entre a estrutura dos estados fenomenais e as habilidades visuoespaciais, uma possível justificativa seja o tamanho da amostra, seria necessário uma amostra maior para poder gerar dados mais robustos. Porém os dados revelaram uma diferença significativa com relação ao tempo de execução da tarefa e os objetos emergentes na consciência, quanto maior o tempo de execução maior o número de objetos e quanto menor o tempo de execução menor o número de objetos. O estudo mostrou que há uma complexidade dos estados fenomenais emergentes durante a atividade de rotação mental em cegos e videntes, deixando claro que há uma necessidade de novas pesquisar serem feitas para esclarecer a relação entre tempo de execução e objetos da consciência.