Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SANTOS NETO, Pedro Elias |
Orientador(a): |
LEAL, Inara Roberta |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28242
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Resumo: |
A maioria dos ecossistemas da Terra está habituada às perturbações naturais, como ventos e incêndios sazonais, mas não possuem adaptações a perturbações de origem antrópica. Essas últimas ocorrem com frequência que não dá tempo dos ambientes se recuperarem, ou rompem interações bióticas importantes, prejudicando profundamente as funções ecossistêmicas. A maior parte das áreas rurais do mundo sofre hoje um tipo de perturbação antrópica de menor escala, ainda pouco estudada, que consiste na retirada constante de produtos florestais do ambiente para subsistência das populações humanas locais, e é conhecida como perturbação antrópica crônica (PAC). A PAC pode ser responsável pela ruptura de interações bióticas e homogeneização taxonômica e filogenética das comunidades. Entre as interações que podem ser alteradas por PAC, a herbivoria é uma das mais críticas, pois desencadeia mudanças fisiológicas e alteração de caracteres fenotípicos nas plantas, sendo responsável pela retirada de até 24% da biomassa de folhas numa floresta e ser o início de uma das principais vias de ciclagem de nutrientes. A Caatinga é um exemplo de ecossistema que sofre PAC pela exploração de produtos florestais e criação extensiva de animais. Somado a isso, previsões climáticas para a região apontam para uma redução da precipitação em até 40%, combinada com aumento na temperatura de mais 6°C até 2100. O objetivo geral deste estudo foi investigar o efeito das PAC e regimes de pluviosidade sobre as interações planta-herbívoro, sob uma perspectiva de redes de interação. Coletamos insetos herbívoros presentes na vegetação lenhosa com guarda-chuva entomológico em 10 áreas de Caatinga ao longo de gradientes de perturbação e de precipitação (i.e. 510-940 mm) no Parque Nacional do Catimbau, PE, Brasil. Capturamos 1.620 indivíduos de insetos herbívoros, separados em 251 morfoespécies de 35 famílias e 6 ordens, classificados em mastigadores (38.9%), sugadores (31%) e broqueadores (30.1%). Estes insetos interagiram com 55 espécies de plantas em 1.438 interações. PAC não afetou a comunidade de insetos nem as métricas da interação planta-herbívoro. A precipitação não afetou a riqueza e diversidade da comunidade, mas influenciou a composição de famílias e de guildas. A abundância de insetos broqueadores foi significativamente maior em áreas mais secas. A rede geral planta-herbívoro se configurou de forma bastante especializada e compartimentalizada, com o número de módulos aumentando em função do aumento da precipitação. Nossos resultados indicam que a precipitação tem maior influência sobre as comunidades de insetos herbívoros que a perturbação crônica, afetando a composição taxonômica e funcional de comunidades, mas não alterando o padrão da rede. Esses achados sugerem que áreas mais chuvosas comportam mais módulos de interações planta-inseto herbívoro e por isso podem ser mais estáveis às perturbações que áreas mais secas. |