Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
ANDRADE, Janete Ferreira |
Orientador(a): |
SANTOS, Bráulio Almeida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40250
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Resumo: |
A herbivoria por insetos é responsável pela maior parte da remoção de biomassa vegetal em florestas tropicais. No entanto, pouco se sabe sobre como as mudanças ambientais causadas pelo homem podem afetar a interação, sobretudo em florestas sazonalmente secas perturbadas cronicamente e sujeitas à alta vulnerabilidade climática, como a Caatinga. Seguindo a Hipótese da Disponibilidade de Recursos proposta por Coley e colaboradores, que prediz que plantas submetidas à alta disponibilidade de recursos (e.g. água no solo) apresentam maiores taxas de herbivoria, avaliamos se a redução na precipitação e o aumento nas perturbações antrópicas crônicas aumentam os níveis de herbivoria em comunidades de plantas herbáceas e lenhosas no Parque Nacional do Catimbau, PE. Adicionalmente, avaliamos os efeitos subjacentes de características intrínsecas das plantas – como área foliar específica (AFE) e presença de nectários extraflorais (NEFs) – e da estrutura da comunidade – abundância, riqueza e identidade das plantas. Monitoramos a frequência, a magnitude e os tipos de dano foliar das principais guildas tróficas de insetos herbívoros exógenos (mastigadores, raspadores e furadores) e endógenos (minadores e galhadores). Plantas herbáceas e lenhosas apresentaram um terço de folhas intactas. No estrato herbáceo, o dano médio acumulado foi de 4,4% de tecido foliar removido (em 21 dias), enquanto no estrato lenhoso foi 10,2% (em 121 dias). Em ambos os estratos da vegetação, os insetos mastigadores foram os herbívoros mais frequentes e com maior taxa de remoção de tecido foliar. Plantas herbáceas e lenhosas apresentaram padrões de herbivoria semelhantes, os quais aumentaram em função da aridez, opondo-se ao esperado. Contudo, perturbações crônicas não apresentaram nenhum efeito sobre os padrões de herbivoria. Além disso, o dano foliar não variou em função da AFE, da presença de NEFs, da densidade e riqueza de plantas, e foi fracamente relacionado à composição taxonômica das plantas. Os resultados não apoiam a Hipótese da Disponibilidade de Recursos e indicam um baixo controle ascendente (bottom-up) da herbivoria na Caatinga. Evidências recentes mostram que a aridez favorece a proliferação de insetos mastigadores na região estudada. Em virtude disso, sugerimos que o aumento da herbivoria nas áreas mais secas seja causado pelo enfraquecimento dos controles descendentes (top-down) da herbivoria, tais como a redução da predação e parasitismo sobre os herbívoros. Se as estiagens na Caatinga se tornarem mais severas e prolongadas, como previsto pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, as interações inseto-planta podem ser alteradas permanentemente, culminando no aumento substancial da herbivoria em comunidades de plantas herbáceas e lenhosas. |