Hipertensão essencial: emoção, doença e cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: MACIEL, Carmem Lúcia Campos
Orientador(a): SCOTT, Russel Parry
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17023
Resumo: o trabalho aborda uma doença cardio-vascular cada vez mais freqüente na cultura ocidental individualista – a Hipertensão Essencial. Reconhece a influência de muitos fatores na gênese da doença, o que dificulta fortemente o seu entendimento dentro de um enfoque positivista tradicional. Há duas grandes categorias de atribuição de causalidade: a) ao indivíduo à sua natureza emocional, a características típicas da personalidade do hipertenso - ser muito reativo as emoções, principalmente as que se relacionam com raiva, irritação ou ressentimento; b)ã cultura da modernidade urbana Ocidental, cujo estilo de vida estressante leva o indivíduo a sempre querer ter mais,a consumir mais, numa situação de crise onde o trabalho e cada vez pior remunerado, frustrando assim as expectativas e gerando conflitos e crises. E salientado como um fator para o qual não se tem dado a importância devida, a crise da meia-idade como uma das situações de peso para o desencadear da doença. A meia-idade se reveste de importância fundamental, pois ê a época de maior envolvimento ativo com os padrões culturais e a sua reprodução, concentrando o maior numero de papeis sociais desempenhados durante a vida. Finalmente, tenta-se mostrar que não há igualdade perante a doença, estando o nível sócio-econômico ligado aos fatores de risco: quanto mais pobre, maior a exposição a condições estressantes ligadas à doença hipertensiva, associados à menor condição de muda-las e/ou de tratar-se. O papel feminino pode ser visto como uma condição estressante a mais, pois esta em mudança constante: a mulher hoje trabalha e cuida da casa e dos filhos, as exigências sociais dobraram. Concluindo, as condições de vida da modernidade urbana criam circunstâncias de crise físico-moral que são de terminantes para a Hipertensão Essencial, sendo este quadro agravado para os níveis sócio-econômicos inferiores.