Características clínicas e psicossociais de pacientes com dor crônica musculoesquelética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ALENCAR, Geisa Guimarães de
Orientador(a): SOUZA, Sandra Lopes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40659
Resumo: A dor crônica é caracterizada por duração superior há três meses, afeta um a cada cinco adultos no Brasil e que pode resultar em deficiência ou limitação para as atividades do cotidiano, incluindo a do trabalho. Os fatores psicossociais interferem no prognóstico da dor, influenciando sua persistência e cronicidade. O objetivo desta tese foi comparar os fatores psicossociais (ansiedade, depressão, catrastrofização e cinesiofobia) e os clínicos (intensidade de dor e tempo de dor) entre indivíduos com dor musculoesquelética crônica na coluna cervical, ombros, coluna lombar e joelhos, além de identificar os fatores que mais interferem na incapacidade em cada disfunção, comparado a indivíduos sem disfunção. O estudo foi do tipo observacional com 250 participantes, de ambos os sexos, com 18 a 75 anos, divididos nos seguintes grupos: coluna cervical, ombros, coluna lombar, joelhos (estes quatro grupos com dor crônica) e grupo sem disfunção; cada um deles com 50 participantes. Responderam a uma ficha de avaliação contendo informações pessoais, dados clínicos comorbidades e uso de medicações como antiinflamatórios. Para avaliação da intensidade de dor, foi utilizada a EVA. Todos os participantes responderam ao Inventário de Ansiedade de Beck, Inventário de Depressão de Beck-II, Escala Tampa de Cinesiofobia e Escala de Catastrofização da dor. Para investigar a incapacidade relacionada à dor musculoesquelética, cada grupo respondeu ao questionário específico, sendo eles: Neck Disability Index (Grupo Cervical), Shoulder Rating Questionnaire (Grupo Ombro), Questionário de Oswestry (Grupo Lombar) e Knee Injury and Osteoarthrits Outcome Scores (Grupo Joelho). A comparação das características básicas entre os grupos (5 grupos) foi realizada através do teste ANOVA (e o post hoc teste Tukey) para variáveis numéricas e do teste de Qui- quadrado para as varáveis categóricas. Para os 200 participantes com dores musculesqueléticas crônica, a intensidade da dor foi classificada como moderada e tempo de dor acima de 24 meses. Os escores de ansiedade, depressão, catastrofização e cinesiofobia foram maiores nos indivíduos com dores musculesqueléticas quando comparados com o grupo assintomático (p<0,001). Para o grupo cervical 88,9% da variabilidade da incapacidade foi explicada por dois preditores do modelo de regressão, são eles a catastrofização (β= -0,905; t= -21,021; p<0,001) e depressão (β= 0,141; t= 2,769; p< 0,001). No grupo ombro 90,5% da variabilidade da incapacidade foi explicada pelo modelo de regressão mostrando ser influenciada pela catastrofização (β= -0,905; t= -21,021; p<0,001). Para o grupo lombar 77,2% da variabilidade da incapacidade foi explicada por dois preditores do modelo de regressão, são eles a catastrofização (β= 0,677; t= 9,189; p<0,001) e depressão (β= 0,250; t= 3,391; p< 0,001). Para o grupo joelho 84,4% da variabilidade da incapacidade foi explicada por dois preditores do modelo de regressão, sendo eles a catastrofização (β= -0,727; t= -12,648; p<0,001) e cinesiofobia (β= -0,246; t= -4,280; p< 0,001). Verificou-se a catastrofização um preditor da incapacidade relacionada a dor crônica presente em todos os grupos, somando-se a depressão na dor cervical e lombar e a cinesiofobia na dor dos joelhos.