Representações sociais de velhice por diferentes grupos etários: analisando estruturas e processos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: ANDRADE, Danyelle Almeida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10298
Resumo: O fenômeno mundial de envelhecimento populacional, que altera a forma da pirâmide etária de uma população, motiva o interesse científico para a temática do envelhecimento. As consequências desse fenômeno repercutem em todos os segmentos da sociedade, que se depara com um desafio, frente às necessidades desse grupo etário emergente. Diante desta nova realidade, um dos desafios diz respeito às práticas sociais decorrentes de modos de conceber a velhice. As representações sociais podem ser consideradas como um modo de pensamento de sociedades ou grupos. Essa perspectiva teórica debruça-se sobre a construção de teorias do senso comum ou os saberes socialmente compartilhados. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar as representações sociais de velhice por diferentes faixas etárias. Para isto dois estudos foram realizados. O primeiro buscou analisar a estrutura da representação de velhice para três grupos etários (crianças, jovens/adultos e idosos). Participaram deste estudo 145 sujeitos, que responderam um questionário de caracterização e associação livre de palavras. Os dados do questionário foram analisados através da estatística descritiva e as evocações foram analisadas com o auxilio do software EVOC. A velhice, para as crianças, está intimamente relacionada a uma fase da vida envolta de dependência, doenças e à imagem de seus avós. Para os jovens e adultos, o núcleo central da representação social de velhice é composto por elementos que enfatizam qualidades e ganhos, enquanto que a primeira e segunda periferia são compostas predominantemente por aspectos negativos e de perdas. Para os idosos há um maior equilíbrio entre elementos positivos e negativos. O segundo estudo investigou as características dos processos utilizados por cada faixa etária. Para isto três sujeitos foram entrevistados, cada um pertencendo a um grupo etário do estudo anterior. Os conteúdos das entrevistas foram categorizados em torno de quatro eixos, que variam sobre a saúde/doença, a dependência/autonomia, a solidão/contato social e a exclusão/inclusão social. Quanto aos processos, os resultados deste estudo reafirmaram alguns pontos do estudo anterior. A criança apresentou uma visão mais concreta e objetivada da velhice, construída a partir dos elementos de seu cotidiano e relações com pessoas idosas. A jovem adulta, por sua vez, representou a velhice a partir de elementos que constituem o ideal de uma velhice bem sucedida, com uma maior ênfase nos aspectos positivos dessa faixa etária. Enquanto a idosa, ao falar do seu cotidiano, apresenta suas queixas e estratégias para lidar com as perdas e limitações. Identificam-se algumas características para cada faixa etária: para as crianças os elementos funcionais da representação demostraram maior importância, ao passo que para os jovens, adultos e idosos houve predominância de elementos normativos. As crianças se limitam à descrição da velhice através de elementos concretos, apontando para uma representação social em construção. Os jovens/adultos se apoderam do modelo da velhice bem-sucedida para representa-la, ao passo que a representação dos idosos envolve processos de proteção à sua identidade.