[pt] DOIS ANTÔNIOS, VÁRIAS VELHICES: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MASCULINIDADE NO AUDIOVISUAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: VALMIR MORATELLI CASSARO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61752&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=61752&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.61752
Resumo: [pt] Nesta tese, o objeto de estudo são as representações imagéticas da velhice, categoria diversa, construída socialmente e adaptada para atender a interesses de organização, gestão e manutenção de poderes. Devido a sua amplitude, faz-se um recorte de gênero, com ênfase na velhice masculina e sua representação no audiovisual brasileiro. O objetivo foi analisar como processos comunicacionais contemporâneos aprofundam significados que promovem a manutenção de uma gerência masculinizada da sociedade, e como isso se configura na velhice. Para tanto, foram escolhidas duas trajetórias de reconhecidos atores com trabalhos no cinema e na televisão: Antônio Pitanga e Antônio Fagundes. Parte-se do pressuposto de que vivências particulares, acontecimentos profissionais e performances que compõem a trajetória dos dois Antônios permitem compreensões sobre manutenções ou reconfigurações de modos de legibilidade do homem idoso na vida social. A perspectiva teórico-analítica que norteou os percursos do trabalho aposta no entrelaçamento da perspectiva dos regimes de representação de Stuart Hall com a sociologia de Norbert Elias e a construção da historiografia social de Philippe Ariès. Outras perspectivas teóricas fundamentaram a análise, entre as quais: a tirania do visível de Didi-Huberman, a representação do eu de Erving Goffman, a ilusão biográfica proposta por Pierre Bourdieu, os dispositivos foucaultianos e a “arte de contar histórias de Walter Benjamin, entre outros. O caminho metodológico foi composto por três eixos: 1) a proposta de compreender o termo velhice em sua amplitude, em diferentes registros de épocas e sociedades antes do aprofundamento da construção teórica; 2) o método do olhar etnográfico de Gilberto Velho, em pensar questões relativas às sociedades complexas tanto através da literatura, quanto nas trajetórias individuais; e 3) os dispositivos foucaultianos de controle e organização social na manutenção de um status quo que prioriza determinados grupos em detrimento de outros. A proposta partiu do cruzamento de rastros que auxiliam na busca por uma narrativa imagética através dos tempos. Tendo a imagem como suporte, os exemplos trazidos reforçam a importância da representação na perpetuação de valores sociais. Além disso, a análise explorou conceitos que elucidam discussões identitárias de gênero e cor. A pesquisa permitiu chegar ao entendimento de que significados do envelhecimento masculino no Ocidente se engendram no modelo neoliberal vigente, diante da valorização de uma super produtividade. É possível dizer que, com o advento da linguagem audiovisual, exacerbou-se, ao longo do século XX e começo do XXI, a promoção de representações que forjam processos de descarte de corpos ditos improdutivos no embate geracional. Por fim, foram apontados caminhos, sob a luz dos Estudos Culturais, para novas produções artísticas que incluam atores sociais invisibilizados – os idosos. O estudo sobre a construção da velhice e sua representação no audiovisual é relevante para se pensar a contemporaneidade, na qual há crescimento do número de idosos e diminuição na pirâmide etária da proporção de jovens. Esta tese pretende contribuir para a reflexão sobre o lugar da velhice visando a novos modelos de sua configuração.