Validação da razão contagem de plaquetas/diâmetro longitudinal do baço e de um sistema de pontos para predição da presença de varizes esofágicas em pacientes com a forama heoatoesplênica da equistossomose
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18944 |
Resumo: | A razão contagem de plaquetas/diâmetro longitudinal do baço (CP/DB) é um teste não invasivo desenvolvido para identificar varizes esofágicas em cirróticos. Hipertensão portal ocorre na forma hepatoesplênica da esquistossomose (EHE). Estes pacientes apresentam varizes esofágicas com risco de sangramento. Este estudo, de validação fase III, teve como objetivos: validar (artigo 1) a razão CP/DB e (artigo 2) um sistema de pontos como testes não invasivos para predição de varizes esofágicas na EHE. Oitenta e um pacientes com EHE realizaram endoscopia digestiva (EDA) para verificar a presença de varizes. Também realizaram ultrassonografia abdominal para aferição do diâmetro do baço, além de hemograma e testes hepáticos. Calculou-se a razão CP/DB para todos os pacientes. Foram observadas varizes em 63 pacientes (77,8%). Idade e sexo não foram significativamente diferentes entre pacientes com e sem varizes. Naqueles com varizes, a mediana da contagem de plaquetas (64.000/µL versus 129.500/µL, p=0,002) e a razão CP/DB (414,46 versus 878,16, p=0,003) foram significativamente menores, enquanto o diâmetro do baço (153,9 versus 147,1, p=0,026) foi significativamente maior. Utilizou-se uma curva ROC para avaliar o valor do ponto de corte da razão CP/DB. A razão CP/DB abaixo de 683,9 teve sensibilidade igual a 75,8% (IC 95%: 64,8 – 86,8), especificidade igual a 76,5% (IC 95%: 56,3 – 96,6), VPP igual a 92,2% (IC 95%: 84,8 – 99,5) e VPN igual a 46,5% (28 – 64,9). A acurácia da razão CP/DB, avaliada pela área sob a curva, foi igual a 0,74 (IC 95%: 0,622 – 0,827). O estudo revelou uma boa acurácia, porém o baixo VPN encontrado limita seu uso na prática clínica. O segundo artigo estudou 81 indivíduos suspeitos de apresentarem varizes esofágicas. Destes, 63 apresentaram varizes pelo padrão-ouro (endoscopia digestiva). As variáveis (categorizadas em “acima” e “abaixo” do normal) que apresentaram uma associação significante com o diagnóstico de varizes na análise univariada foram: contagem de plaquetas, diâmetro da veia esplênica, razão CP/DB, AST, APRI e INR. Em seguida, construiu-se um modelo de regressão logística multivariada. Permaneceram no modelo: AST, diâmetro da veia esplênica, contagem de plaquetas e INR. Criou-se um sistema de pontos, baseado nas variáveis que mostraram associação mais forte com varizes, para verificar em caráter exploratório o poder de discriminação. Para isso utilizou-se o coeficiente de regressão β (logaritmo do OR da variável) obtido das variáveis constantes no modelo multivariado final. O coeficiente β foi multiplicado por dez para obter-se uma pontuação de maior valor. Após o cálculo do escore total para cada paciente, aplicou-se a curva ROC. Foram encontrados sensibilidade de 83,02%, especificidade de 50,00%, VPP de 84,61% e VPN de 47,06%. O sistema mostrou boa sensibilidade, porém um baixo VPN. Isso torna o teste não adequado para o diagnóstico não invasivo das varizes, uma vez que mais da metade dos indivíduos com pontuação ˂ 12 poderia ter varizes que não seriam identificadas. Concluindo, ambos os testes mostraram-se promissores, no entanto a amostra foi pequena. Consideramos que se faz necessário realizar novos estudos com maior amostra para posterior validação a fim de estabelecer a eficácia dos testes na EHE. |