Avaliação dos efeitos genotóxicos em abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) expostas aos pesticidas imidacloprido e cipermetrina e à poluição atmosférica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Maria das Dores da
Orientador(a): ROHDE, Cláudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49947
Resumo: As abelhas sem ferrão são consideradas importantes provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, vários estudos científicos têm reportado o declínio desses polinizadores, levando preocupações ecológicas e econômicas. Dentre as diversas hipóteses para o declínio, o uso indiscriminado de pesticidas e estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis são apontados como contribuintes para este declínio comprometendo aspectos cognitivos e locomotores das abelhas. Assim, objetivou-se com este estudo analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, bem como da poluição urbana, no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentaram apenas de xarope, e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram alimentadas com ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída em xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram também estudadas abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, um local urbano com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um grupo controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia- Beberibe, Pernambuco. Os resultados destes estudos validaram a metodologia do Ensaio cometa em hemócitos de adultos de T. angustula. Os resultados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%) indicaram maior efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), resultando em elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demostrando associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.