As estratégias de resistência dos operadores de teleatendimento em Pernambuco : um fazer-se enquanto classe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: COSTA, Rafaela Ribeiro Saraiva da
Orientador(a): SILVA, Maria das Graças e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35735
Resumo: Este estudo analisa as estratégias de resistência individuais e coletivas desenvolvidas pelos operadores de teleatendimento do estado de Pernambuco frente à intensificação do trabalho e a relação deste segmento de classe com a organização sindical da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (SINTTEL-PE), no contexto da reestruturação produtiva, das novas formas de exercício do controle e gerenciamento da força de trabalho, bem como da reconversão do sindicalismo brasileiro. O objetivo é compreender a relação entre o sindicato e os operadores de teleatendimento nos processos de luta cotidiana e da construção de estratégias de enfrentamento à exploração da força de trabalho. Com isto, a presente investigação parte de algumas inquietações, sobretudo pelo fato das centrais de teleatividades incorporarem nas rotinas de trabalho formas atuais e sofisticadas de gestão da força de trabalho com vistas à sua intensificação, enquanto que o sindicato, por sua vez, continua com as pautas que giram quase que exclusivamente em torno da melhoria de salários e de benefícios, revelando um apego às formas conciliadoras de reivindicação e de luta. No que concerne ao método de investigação e de exposição, esta pesquisa vincula-se ao referencial teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético. Em termos procedimentais, realizou-se revisão bibliográfica e análise documental em jornais e sites locais. No que concerne à pesquisa de campo, realizou-se entrevistas semiestruturadas com quatro trabalhadoras para apontar as atuais formas de gerenciamento da força de trabalho elaborada pelas empresas em Pernambuco e as formas de resistência elaboradas por elas em seu cotidiano de trabalho e com uma dirigente sindical para entender de que forma ela compreende os processos mais gerais do mundo do trabalho e os impactos para a organização sindical, bem como entender a história do movimento dos trabalhadores de teleatendimento em Pernambuco. Diante desse cenário, apreende-se que os operadores de teleatendimento estão diariamente se colocando disponíveis para o confronto e construindo estratégias criativas, espontâneas e cotidianas, mas estas são interpretadas pelos trabalhadores pelo viés moral, posto que não se revestem de um caráter político dada a ausência de um processo contínuo de educação política, atestando um distanciamento entre a representação sindical e os trabalhadores em teleatendimento em Recife.