Argumentação em sala de aula: um caminho para o desenvolvimento da auto-regulação do pensamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Regina de Chiaro Ribeiro Rodrigues, Sylvia
Orientador(a): Leitão Santos, Selma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8389
Resumo: O presente estudo investiga possibilidades de desenvolvimento da auto-regulação do pensamento a partir de situações de argumentação em sala de aula. O pressuposto principal deste estudo está na dimensão inerentemente metacognitiva deste tipo específico de discurso, a argumentação, proposta por Leitão (2002). A autora sugere que a argumentação traz em sua própria organização discursiva a possibilidade de promover a constituição de uma reflexão a nível metacognitivo, levando os indivíduos envolvidos a um movimento de auto-regulação do próprio pensamento. Dentre as possibilidades de investigação a respeito da articulação entre argumentação e metacognição, o que este estudo busca trazer de singular é a articulação entre este tipo específico de discurso e a função metacognitiva auto-regulatória de monitoramento do pensamento. O monitoramento, enquanto acompanhamento reflexivo que regula o desenvolvimento dos próprios pensamentos, permite ao indivíduo a organização e ajuste do pensamento, mantendo-o como está, elaborando-o ou reconstruindo-o, sempre que necessário. Sendo assim, a manutenção, elaboração e reconstrução do pensamento são concebidas neste estudo enquanto os resultados possíveis de movimentos regulatórios do pensamento, respectivamente o monitoramento mantenedor, elaborador e reconstrutor. Creditando à linguagem uma função constitutiva do psiquismo humano, este estudo buscou capturar esses movimentos regulatórios de monitoramento no discurso a partir das operações de regulação discursivas propostas por Chabrol (1994), e relacionadas a cada uma das formas de monitoramento, a saber: interrupção simples-monitoramento mantenedor; interrupção com adição e sem ruptura de construção-monitoramento elaborador e interrupção com ruptura de construção-monitoramento reconstrutor. As relações constituídas entre essas duas esferas - discursiva e cognitiva - permearam as análises deste estudo. Assim, uma sala de aula de 5ª série do ensino fundamental foi observada e videogravada durante uma unidade da disciplina de História. No decorrer dessa unidade, três aulas foram transcritas e analisadas. As duas primeiras relativas a uma atividade pré-elaborada pela pesquisadora, atividade esta que fez emergir uma situação de argumentação. A terceira aula caracterizou-se por um funcionamento comum em sala de aula em que o professor pergunta, o aluno responde e o professor faz alguma consideração sobre sua resposta. A análise dessas duas formas de funcionamento de sala de aula permitiu observar que a argumentação, de fato, se constitui em uma organização discursiva privilegiada para o desenvolvimento da função metacognitiva auto-reguladora de monitoramento do pensamento