Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
BARBALHO, José Ivamilson Silva |
Orientador(a): |
CARVALHO, Rosângela Tenório de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13006
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Resumo: |
Nosso estudo analisa o lugar do discurso como prática de transformação social, baseado nos pressupostos conceituais e analíticos instituídos por Norman Fairclough (mudança discursiva em relação à mudança social e cultural); as repercussões de sentido sobre o papel da escola para os povos indígenas do Nordeste; a influência e profusão do debate acadêmico quanto aos muitos significados e representações da educação diferenciada, pleiteada pelos povos indígena do país; a relevância da perspectiva intercultural da educação no campo da diversidade cultural e os processos de formações discursivas e interdiscursivas no âmbito da práxis político-pedagógica desenvolvida por professores/as e lideranças do povo Pankará. Argumenta-se, nesta tese, que práticas discursivas estabelecem conexões com formações discursivas, gerando novas práticas, em torno de determinados campos de saber e poder. Tal partilhamento pode favorecer, inclusive, sistemas discursivos a favor da participação dos sujeitos, na luta por direitos fundamentais e pela implementação de projetos educacionais congruentes. Trata-se, entre outras coisas, de uma análise que procura explicitar a prática dos educadores/as Pankará, a partir do lugar social requerido a educação; as muitas respostas a discursividade da identidade cultural; a ação conscientizadora realizada por tais atores no interior de suas escolas; e as proposições/propostas/projetos em educação diferenciada orientados para assegurar maior legimitidade e autonomia no plano das atividades políticopedagógicas. Nesse sentido, definimos a educação intercultural Pankará (e suas implicações epistemológicas) como parte de um movimento social e cultural destinado a promover mudanças no sistema educacional vigente, de modo a favorecer, no seio da comunidade educativa, o desenvolvimemto de valores, posturas, atitudes e conhecimentos necessários para atuarem vivamente, seja dentro de sua cultura étnica, seja próximo da sociedade circundante, (res)situando-os em contextos próprios ou diferentes. Defendemos nessa tese que o conjunto de ações perspectivadas e delineadas por professores/as Pankará tem se caracterizado como discurso e prática de transformação social, conferindo aos processos de educação (relativas à prática pedagógica desencadeadas em salas de aula), uma dimensão excepcional, factível ao projeto de sociedade instituído pela comunidade indígena; que as demandas de educação escolar em andamento (perspectivas didático-metodológicas), mostram ser possível desenvolver um sistema educacional alternativo, enquanto movimento ativo de linguagens, rupturas e produção de sentido. Tal posicionamento busca se configurar numa maneira particular de prática de transformação social, sob mote de formações discursivas, posicionando e reposicionando constantemente seus principais consecutores/as. Isso supõe localizar, no plano dos argumentos delineados nessa investigação, as “opções” dos sujeitos por relações interculturais, em oposição de assimetrias ideológicas e políticas. Por fim, arguimos que há entre esses atores, ampla, profunda e crescente consciência política, ancorada por um intenso, porém renovado, compromisso com valores democráticos populares, prefigurados no espírito de construção e realização de uma sociedade cada vez mais justa, solidária, livre da dominação e exploração econômica ou cultural; projeto, porquanto, que se encontra intimamente ligado aos apelos específicos da educação escolar Pankará. Ressaltamos, assim, como maneira de incorporar o discurso na perspectiva da educação intercultural Pankará, se faz necessário compreender as principais necessidades educativas dos sujeitos da pesquisa. |