Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Daniele Lucena |
Orientador(a): |
Souza, Claudete Cameschi de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3144
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Resumo: |
Com foco no discurso do documento oficial das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica, lançadas em 2012, e no discurso do povo Kinikinau, esta dissertação tem como objetivo geral problematizar a construção identitária dos Kinikinau e, como objetivo específico, analisar as representações de escola e território que perpassam esses discursos. A fim de, valendo-nos das regularidades enunciativas, identificar as formações discursivas e os interdiscursos que tecem os fios discursivos e discutir os efeitos de sentido gerados, desenvolvemos nossa pesquisa sob a perspectiva transdisciplinar da Análise do Discurso de linha Francesa, dialogando com outras disciplinas, como a Geografia e os Estudos Culturalistas, e com o respaldo do método arqueogenealógico foucaultiano (1998; 2012). O corpus constitui-se de entrevistas semiestruturadas com membros da comunidade Kinikinau, gravadas e transcritas, nas quais realizamos seis recortes, analisados no capítulo III. Como arcabouço teórico, utilizamos, em especial, autores como Authier- Revuz (1998), Coracini (2003, 2007), Foucault (1998, 2012), Orlandi (2008; 2009) e Pêcheux (1988, 1990), que subsidiaram as reflexões sobre condições de produção, sujeito, formação discursiva, interdiscurso, arquivo e memória. Também compõem o referencial teórico Raffestin (1998; 2005) e Haesbaert (2005), da perspectiva da Geografia, para as explanações sobre território e (des)(re)territorialização, e Bhabha (2007), Bauman (2005), Canclini (2015), Castells (2010) e Hall (2005; 2013) para as discussões sobre as noções de identidade e cultura. A dissertação está organizada em três capítulos. No primeiro, apresentamos o referencial teórico, discutindo conceitos arrolados nas áreas da AD, da Geografia e dos Estudos Culturalistas. O segundo está voltado para as condições de produção dos discursos das diretrizes e dos Kinikinau, além de abarcar as questões metodológicas e os procedimentos utilizados para a realização das entrevistas. Direcionadas pela hipótese de que a escola é concebida pelos Kinikinau, sobretudo, como um microterritório em terras Kadiwéu, lugar de reafirmação identitária e de democracia, dedicamos o terceiro capítulo às análises dos discursos das diretrizes e dos Kinikinau. Por fim, articulamos, em um paralelo, as análises empreendidas dos dois discursos, a fim de analisar os pontos de diálogos e de divergências. Em seguida, apresentamos algumas considerações, que transitam entre conclusões e inconclusões sobre a temática. Constatamos, por meio das análises, que os Kinikinau, estando em território de fronteira, ressignificam suas práticas sociais, e que o discurso do documento oficial aponta para representações de escola e território atravessadas por formações discursivas e interdiscursos atrelados a questões políticas, divergindo das representações construídas pelos Kinikinau, articuladas em princípios culturais. |