A influência da instrução fonética explícita na produção e na percepção dos fricativos sonoros por hispanofalantes aprendizes de Português como Língua Estrangeira - PLE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Rafael Alves de
Orientador(a): VICIANO, Vicente Masip
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17589
Resumo: Esta pesquisa investiga, sob a perspectiva das Teorias de Percepção da Fala em L2 (FLEGE, 1995; KUHL; IVERSON, 1995; BEST, 1995; BEST; TYLER, 2007) e da Teoria dos Sistemas Dinâmicos (LARSEN-FREEMAN, 1997; DE BOT; LOWER; VERSPOOR, 2007; ELLIS, 2008), os efeitos da instrução fonética explícita na produção dos fonemas fricativos sonoros labiodentais, alveolares e alveopalatais, /v,z,3/, e indícios de sua projeção na percepção do contraste de vozeamento entre suas homorgânicas surdas, /f,sj/, que formam pares mínimos em português, por hispanofalantes aprendizes de Português como Língua Estrangeira (PLE). Para tanto, analisamos duas turmas de PLE da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dos níveis de proficiência básico e avançado, que se encontravam em processo de imersão linguística. O protocolo de coleta de dados consistiu-se na leitura em voz alta de frases foneticamente balanceadas em que os fonemas / f,v,s,zj,3/ estivessem em posição de onset silábico inicial ou medial (CV) em três posições de tonicidade e de atonicidade diante, quando possível, das sete vogais orais do PB: [i,e,£,a,o,o,u]. Também utilizamos um Teste Auditivo-Perceptivo de múltipla escolha (Multiple Forced Choice), em que os informantes tiveram de assinalar uma das opções do par mínimo exposto a partir do estímulo auditivo recebido. O período de coleta de dados e a instrução fonética explícita ocorreram no período de 3 meses para apenas uma turma, a da UFPB, denominada Turma de Intervenção; a turma da UFPE foi a que não recebeu nenhum tipo de instrução, denominada Turma de Controle. Os dados coletados em ambas as turmas receberam tratamento acústico, através do programa Praat (BOERSMA; WEENINCK, 2006), que nos permitiu investigar as principais estratégias de pronúncia utilizadas pelos informantes nas três coletas de dados realizadas (Teste 1, Teste 2 e Teste 3). Os resultados mostraram, para a Turma de Intervenção, que mesmo em processo naturalístico (cf. ELLIS, 2008), altamente favorável à aprendizagem de L2, o informante tende a não perceber algumas características fonético-fonológicas presentes no input linguístico disponível e que o processo de aprendizagem de uma L2 é complexo, dinâmico e não linear, na medida em que os informantes oscilaram algumas vezes entre as formas “corretas”, que seriam aquelas produzidas por um nativo do PB, e entre os “erros gradientes” (ZIMMER; ALVES, 2011), que caracterizam gestos articulatórios próximos à L2. A mesma gradiência foi observada nos Testes Auditivo-Perceptivos, aplicados ao longo dos três testes. Contudo, os resultados mostraram que, em se comparando a TI e a TC, a instrução fonética explícita funciona como uma excelente ferramenta para o ensino de PLE na produção; indícios de sua projeção na percepção também foram constatados.