Síndrome metabólica em adultos do estado de pernambuco : evolução temporal e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: FERREIRA, Lisianny Camilla Cocri do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41375
Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) é definida como um conjunto de fatores de risco inter-relacionados, e embora as principais causas para surgimento da etiologia permaneçam indeterminadas, estudos sugerem que a obesidade abdominal e resistência à ação da insulina exerçam um papel chave. Diante de sua associação com doenças de grande impacto na saúde pública, e do elevado risco de morte que a SM adiciona a essas causas, o presente estudo tem como objetivo analisar a evolução temporal e fatores associados à síndrome metabólica em adultos do estado de Pernambuco nos anos de 2006 e 2016. A presente investigação trata-se de um estudo de delineamento transversal de base populacional, realizado com adultos, na faixa etária entre 25 e 59 anos, de ambos os sexos. A SM foi definida a partir da harmonização do consenso internacional de cardiologia e da Pesquisa Nacional de Saúde como ≥ 3 componentes: circunferência abdominal, colesterol total, triglicerídeos e hipertensão arterial elevados ou em tratamento para essas anormalidades. As informações utilizadas para a realização desta casuística fazem parte do banco de dados da Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição de Pernambuco (PESN). Na análise dos dados foram empregadas inicialmente uma pós-estratificação no banco, em seguida estatísticas descritivas e testes de associação pelo qui-quadrado. Para a análise dos fatores associados à SM, foi realizado o modelo de regressão logística. As variáveis que apresentarem nesta análise um valor de p<0,20 foram selecionadas para o modelo multivariado, considerando um nível de significância de 5%. Para avaliar a evolução temporal entre as pesquisas foi empregada a interação de tempo X covariável, visando identificar as variáveis modificadoras as quais pudessem estar associadas a essa alteração prevalência da SM entre 2016 x 2006. Aquelas variáveis cujo valor de “p” para as interações forem ≤0,20 foram consideradas como significantes para as categorias avaliadas. A prevalência da síndrome metabólica encontrada foi 32,5% e 47,1%, em 2006 e 2016 respectivamente, sendo esse aumento significativo entre as duas enquetes (OR=1,8; p=0,002), e principalmente devido ao aumento dos componentes colesterol e obesidade abdominal. Na III PESN permaneceram no modelo final ajustado as variáveis: idade (p<0,001) e destino dos dejetos (p=0,0357). Para a IV PESN, permaneceram associadas a SM no modelo final as variáveis idade (p<0,001) e cor da pele (p=0,0439). Para a evolução, em modelos ajustados o aumento foi maior para mulher vs. homem (OR=2,6 vs 1,6, p=0,123), entre brancos vs. outros (OR=3,2 vs.1,8, p=0,127), em áreas urbana vs. rural (OR=2,3 vs 1,4, p=0,204), para sujeitos com nível intermediário de educação (OR=3,7 vs. OR=2,3 para o menor nível ou OR=1,3 para o maior, p=0,145) e entre profissionalmente ativo vs. inativo (OR=2,4 vs. 1,5, p=0,138). Não houve efeito modificador da idade ou nos tercis do índice de condição socioeconômica. O aumento acentuado na prevalência da SM foi principalmente devido aos componentes de colesterol e adiposidade abdominal. O forte padrão sociodemográfico da evolução pode oferecer subsídios para a prevenção direcionada para conter o aumento, bem como para abordar as desigualdades.