Fenologia, síndromes de polinização e dispersão e recursos florais de uma comunidade de caatinga no cariri paraibano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Glebya Maciel Quirino, Zelma
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/406
Resumo: Foi realizado o estudo fenológico e das síndromes de polinização e de dispersão de 46 espécies de plantas, distribuídas entre árvores, arbustos, ervas e trepadeiras, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, na RPPN Fazenda Almas (7°28'45"S e 36°54'18"W), na região do Cariri Paraibano, Nordeste do Brasil. Paralelamente foi realizado um estudo detalhado de cinco espécies de Cactaceae, relacionando as estratégias reprodutivas às relações ecológicas com grupos de polinizadores e dispersores. Associadas às síndromes de polinização, foram observadas a freqüência das diferentes síndromes e recursos florais ao longo dos meses para todo o período de estudo. Foram calculadas as datas médias utilizandose estatística circular, para a comunidade nas fenofases vegetativas e reprodutivas e a correlação entre a precipitação e as fenofases reprodutivas, entre os diferentes hábitos estudados. A queda de folhas apresentou padrão sazonal nos dois anos de estudo, enquanto para a fenofase brotamento foram observados dois picos, um na estação chuvosa e outro, no período seco. Os padrões de floração e frutificação variaram entre os hábitos, indicando resposta diferenciada a fatores ambientais. A floração apresentou padrão geral sazonal e a produção de frutos ocorreu ao longo de todo o ano com um aumento na estação úmida. Na frutificação as estratégias diferiram entre os grupos: árvores e arbustos apresentaram dois picos, semelhantes ao padrão da comunidade em geral, enquanto a produção de frutos pelas herbáceas ocorreu apenas no período úmido, e nas trepadeiras de maneira irregular, concomitantemente a floração. Em paralelo, a fenologia reprodutiva (floração e frutificação) de cinco espécies simpátricas de Cactaceae (Cereus jamacaru DC., Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelburg, Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byl. & Rowl, P. gounellei (Weber) Byl.& Rowl e Tacinga inamoena K. Schum), foi analisada. Os padrões de floração e frutificação diferiram entre as espécies, variando de anuais a contínuos. Produção de frutos ao longo do ano foi observada, resultando em disponibilidade constante de alimento para frugívoros. Respostas distintas a fatores abióticos, como precipitação, devem ocorrer nestas cinco espécies de Cactaceae, o que justificaria as diferenças de padrões reprodutivos observados. Por fim, as síndromes de polinização das 46 espécies citadas acima foram estudadas. Diferenças entre os hábitos foram encontradas relacionando aos distintos atributos florais, tipo de recurso e síndromes florais. A floração apresentada pelas espécies diferencia entre os grupos de síndromes. A maioria das espécies melitófilas floresce na estação úmida, as quiropterófilas florescem ao longo do ano e as esfingófilas na estação úmida. A disponibilidade de recursos florais apresentou diferenças entre as estações seca e chuvosa, diferindo também entre os hábitos. A relação entre a distribuição temporal das fenofases na comunidade, assim como a diversidade das síndromes de polinização e dispersão, e a riqueza dos recursos florais, envolvendo os diferentes hábitos (árvores, arbustos, ervas e trepadeiras), ajudam no entendimento da dinâmica, auxiliando em estudos para planos de manejo e conservação, neste ecossistema