Diversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) e utilização de recursos florais em uma área de caatinga na Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Melo, André Carneiro lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Giannotti, Edilberto lattes, Luizi-Ponzo, Andréa Pereira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2973
Resumo: A entomofauna de visitantes florais da caatinga, de modo geral, tem sido pouco estudada, e entre os grupos de insetos mais importantes no estudo de comunidade estão os Hymenoptera, em particular as vespas sociais. Embora os estudos de insetos visitantes de flores focalizem uma ou poucas espécies, uma perspectiva de comunidade é importante para apontar caminhos para entender a partição e competição por recursos e seus efeitos sobre a estrutura da comunidade. Em função disso, este trabalho visou caracterizar a estrutura da comunidade de vespas sociais visitantes de flores da caatinga, identificando as espécies vegetais e o modo de utilização desses recursos. O trabalho de campo foi conduzido de Outubro de 2005 a Setembro de 2006, sendo realizadas coletas mensais constituídas de dois dias de atividades, totalizando-se 10 horas de trabalho/dia. Em cada dia de amostragem, dois coletores percorriam uma trilha pré-existente ao longo da qual eram vistoriadas as plantas floridas, onde foram coletadas as espécies de vespas sociais que visitavam as inflorescências, com auxílio de rede entomológica. A comunidade de vespas sociais foi caracterizada por meio de diferentes índices: freqüência relativa, constância e diversidade (H’) e os padrões de uso dos recursos florais por esses insetos foram investigados através da comparação da amplitude dos nichos tróficos. Foram registrados 172 indivíduos de vespas sociais, distribuídos em oito espécies. A abundância mensal do número de indivíduos de vespas apresentou uma variação significativa (χ2= 169,16; p<0,0001) e a diversidade obtida no presente estudo foi de H’=0,66, este valor de diversidade foi menor que os obtidos em outros trabalhos com vespas em diferentes localidades. Essa diferença se deve ao fato do bioma caatinga está sujeito a uma ampla variação sazonal. As vespas visitaram flores de 26 espécies vegetais, destas, 11 (42%) foram visitadas por apenas um ou dois indivíduos e 16 (61%) foram visitadas por apenas uma ou duas espécies. A vespa Polybia ignobilis (Haliday, 1836) visitou 21 espécies vegetais, apresentando o nicho trófico mais amplo (4,64). Já as espécies Mischocyttarus cearensis Richards, 1945 e Brachygastra lecheguana (Latreille, 1824), apresentaram os nichos mais estreitos (0,76 e 0,67, respectivamente). A variação nos valores de amplitude de nicho para as espécies de vespas pode estar relacionada a alguns fatores que influenciam a atividade forrageadora, como diferenças da biomassa de algumas espécies, que revela a capacidade de forrageio destes insetos e o tamanho da população, que aliado à necessidade de suprimento energético da colônia, determina o nível de consumo dos recursos, o que interfere na amplitude de forrageio dessas espécies. A plasticidade dessas espécies em utilizar inúmeras fontes florais revela a importância destes insetos na coleta de néctar de diferentes espécies vegetais da caatinga, demonstrando a necessidade de estudos mais acurados que visem avaliar a eficiência das vespas sociais no processo de polinização das plantas.