Serras: refúgios da caatinga no cariri paraibano?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Kelly Gomes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Ecologia e Conservação
BR
UEPB
Mestrado em Ecologia e Conservação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/1710
Resumo: A compreensão dos padrões de diversidade envolve vários aspectos e processos, tais como heterogeneidade ambiental, as condições e recursos existentes, as interações bióticas além da intervenção humana. Nas últimas décadas, os estudos altitudinais têm despertado a atenção dos ecólogos e são considerados eficazes instrumentos de pesquisa, no entanto, os históricos de uso e as variações geomorfológicas de cada ambiente devem ser considerados. A caatinga é caracterizada pela diversidade de fisionomias, no entanto, sua descaracterização remonta os períodos coloniais e grande parte da cobertura vegetal encontra-se fragmentada e em diferentes estágios sucessionais. O presente estudo está estruturado em dois capítulos. O primeiro tem enfoque na influência da altitude (altitude 1:400; altitude 2: 500 e altitude 3: 600 m s.n.m.) na riqueza e estrutura da comunidade vegetal, do Cariri paraibano. Já o segundo capítulo tem como objetivo testar a hipótese de que as áreas serranas do Maciço da Borborema abrigam maior número de espécies do componente arbustivo-arbóreo, configurando como refúgios da caatinga. O estudo foi realizado nas seguintes áreas serranas do Cariri paraibano: Bodocongó, Arara, Inácio Pereira, Bonita e Fontainha, além das áreas planálticas do Maciço da Borborema: Fazenda Bodopitá, Caiçara, INSA, Poço de Pedra e Pocinho. Foram utilizados dois métodos de amostragem: parcelas e ponto-quadrante. Foram aferidos o nome comum, diâmetro ao nível do solo, altura, hábito e distância da planta ao ponto. Os parâmetros fitossociológicos, índices de diversidade e equabilidade foram calculados a partir do programa Mata Nativa 3. A fim de avaliar os padrões de riqueza, foi utilizado o teste de randomização a partir do programa ESTIMATES 8.2, com a confecção de curvas coletoras e estimativas não-paramétricas. Foram registrados 2911 indivíduos, distribuídos em 24 famílias e 70 espécies e 2208 indivíduos, 27 famílias e 71 espécies, no primeiro e segundo estudo, respectivamente. As famílias mais representativas foram: Fabaceae, Euphorbiaceae, Apocynaceae e Cactaceae. No primeiro enfoque deste trabalho, observou-se o incremento da riqueza do componente arbustivo-arbóreo ao longo do gradiente de elevação estudado. Determinadas espécies foram restritas à altitudes específicas, sendo encontrada na altitude 3 uma melhor distribuição horizontal das espécies. Também se constatou que a influência da altitude é indireta, sendo a ação humana o principal fator responsável pela estrutura da comunidade vegetal em tais áreas. Em relação ao segundo capítulo, observou-se que as áreas serranas abrigam maior número de espécies se comparadas às áreas planálticas. Os dados revelam uma matriz circundante mais pobre em relação à riqueza, equabilidade e diversidade, além de espécies com elevada frequência como Croton blanchetianus Baill. Conclui-se que a intervenção humana nos ambientes naturais, e não diferentemente na região semiárida paraibana, tem alterado os padrões de diversidade, provocando o empobrecimento de áreas e restringido uma maior diversidade do componente arbustivo-arbóreo nas áreas serranas.