Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
COSTA, Isaac Itamar de Melo |
Orientador(a): |
GRIGOLETTO, Evandra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17590
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Resumo: |
A dominação do sujeito pelo Estado produz uma coerção, uma ilusão de o sujeito ser dono do que diz e de si próprio, de seu corpo, podando qualquer tipo de capacidade psíquica que proporcione reflexão, que induza à criatividade ou singularidade. Esse mecanismo faz parte da interpelação do indivíduo em sujeito e está na base do processo de subjetivação. Este estudo coliga a ideia de subjetivação à de corporificação dos sujeitos, de maneira que um processo é indissociável do outro. Subjetivar-se é, necessariamente, corporificar-se. Com tal ancoragem, propomo-nos a examinar o sujeito em sua relação com o corpo e o discurso, no que Vinhas (2014) denomina corpolinguagem discursivo. O sujeito a que nos referimos é aquele da Marcha das Vadias, movimento feminista cujo eixo principal se concentra na reestruturação da forma com a qual a polícia lida com as situações relacionadas ao crime de estupro, e, mais recentemente, em desdobramentos desse primeiro eixo, à defesa do aborto e das causas raciais, homossexuais e transgênero. Partimos da hipótese de que os desdobramentos de sentido averiguados em diferentes momentos da Marcha estão intimamente relacionados à forma como o sujeito do movimento feminista se inscreve na história. O que explicamos tanto pelo viés do discurso, da corporificação/subjetivação; quanto pelo viés sociológico, da congruência dos fatos históricos das diferentes fases (ondas) da teoria feminista, num só fluxo horizontal (feminist sidestreaming), ou quarta onda do movimento feminista (MATOS, 2010). Para tanto, mobilizamos os pressupostos teóricos da Análise de Discurso de inspiração pecheuxtiana, com destaques à noção de sujeito e, consequentemente, forma-sujeito, formação discursiva e posição-sujeito. Nesse enquadramento, atemo-nos às manifestações corpóreas desse sujeito, de maneira que consideramos o corpo no arcabouço teórico da psicanálise e da AD. A questão problema que norteia esta discussão é analisar o funcionamento desse fenômeno num arquivo de imagens extraídas das Marchas das Vadias compreendidas entre 2011 e 2015, de maneira a a) apontar concretamente a mudança de foco da MDV pelo viés do processo de subjetivação/corporificação; e b) identificar nesse processo as marcas ideológicas deixadas no corpo pelo discurso. |