Sensibilidade ao contraste de frequências espaciais após o consumo moderado de álcool

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Kellyane Cavalcanti Galdino, Melyssa
Orientador(a): Lucia de Bustamante Simas, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8240
Resumo: A presença de álcool no sangue promove alterações transitórias no sistema nervoso central, e particularmente no sistema visual. O objetivo deste estudo foi avaliar a função de sensibilidade ao contraste, um indicador dos fatores ópticos e neurais da visão, para frequências espaciais de grades senoidais verticais e frequências angulares em adultos sob o efeito da ingestão aguda de álcool e comparar os efeitos entre o sexo feminino e masculino, considerando que as mulheres são mais susceptíveis aos efeitos do álcool. Para isso, mensuramos a sensibilidade ao contraste em condições de luminância fotópica, com estímulos visuais elementares de frequências espaciais em coordenadas cartesianas de 0,25; 1,25; 2,5; 4; 10 e 20 cpg e em coordenadas polares de 1, 2, 4, 24, 48 e 96 ciclos/360º em 20 adultos livres de doenças oculares, com acuidade visual normal ou corrigida, e sem histórico de alcoolismo. Todos participaram das duas condições: ingestão de álcool (Condição Experimental - CE) e não ingestão de álcool (Condição Controle - CC), em dias diferentes, com um intervalo de pelo menos 24 horas. A técnica de contrabalanceamento foi empregada para controlar o efeito de ordem. Os voluntários esperavam consumir álcool em ambas as condições. A quantidade de bebida alcoólica ingerida foi calculada individualmente, em função do gênero, idade, peso, altura e quantidade de água corporal, a partir de adaptações de equações matemáticas. A administração do álcool foi realizada sob a forma de vodca, com concentração de 40% de álcool, diluída em suco de maracujá, na proporção de 1/3. A concentração média de álcool na CE foi de aproximadamente 0,08% BAC (Blood Alcohol Concentration). Um etilômetro (BFD-50) foi utilizado para estimar o teor de álcool no sangue. Na CC, a vodca foi substituída por suco de limão. Utilizaram-se a) um delineamento experimental complexo com medidas repetidas e b) o método psicofísico da escolha forçada entre duas alternativas temporais. Os estímulos foram apresentados a 300 cm de distância entre o voluntário e um monitor de vídeo CRT (Cathodic Ray Tube), LG de 19 polegadas, com correção gama e entrada VGA e DVI, conectado a um processador de vídeo digital, o BITS ++ (Cambridge Research Systems). O procedimento para medir a SC consistiu na apresentação sucessiva de pares de estímulos e os voluntários foram orientados a escolher sempre, dentre eles, qual continha a frequência teste. O outro estímulo neutro foi sempre um padrão homogêneo com a luminância média. A análise dos dados foi realizada através do teste T- Student para medidas dependentes ao nível de significância de 5% (α = 0,05). Os resultados indicaram alterações significantes na sensibilidade ao contraste na frequência senoidal vertical 0,5 cpg (p ˂ 0,01), e nas frequências angulares 1, 24 e 48 ciclos/360º (p ˂ 0,01) em condições de luminância fotópica. Não houve diferença entre sexo feminino e masculino, mas houve diferenças intra - grupos. Estes dados sugerem prejuízos no processamento visual de contraste e indicam que a ingestão de álcool altera as áreas visuais corticais de forma difusa