Avaliação da sensibilidade ao contraste em adultos com esclerose múltipla recorrente- remitente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Guimarães Vieira, Jákina
Orientador(a): Lucia de Bustamante Simas, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8197
Resumo: A esclerose múltipla é uma doença desmielinizante e inflamatória do sistema nervoso central com forte evidência autoimune e neurodegenerativa. Este transtorno neurológico afeta predominantemente adultos jovens do sexo feminino e a forma clínica recorrente-remitente representa o curso inicial em 85% dos casos. O prejuízo visual é uma característica singular da esclerose múltipla e pode ser identificado mesmo na fase subclínica. A sensibilidade ao contraste (SC) é o inverso do limiar de contraste e pode ser representada pela função de sensibilidade ao contraste (FSC). A FSC é uma ferramenta utilizada para inferir a resposta do sistema visual à percepção de formas e pode fornecer importantes contribuições para o entendimento do processamento sensorial da visão em doenças que acometam direta ou indiretamente esse sistema. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi avaliar a SC na esclerose múltipla com estímulos nos padrões de grade senoidal vertical e de frequências angulares através da mensuração da FSC. Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos. A amostra foi composta por 20 participantes entre 21 e 44 anos, 10 com diagnóstico de esclerose múltipla, da forma clínica recorrente-remitente sem história de neurite óptica e com mínimo de 1.0 e máximo de 3.5 pontos na Expanded Disability Status Scale (EDSS). Os outros 10 voluntários eram saudáveis. Todos da amostra apresentaram acuidade visual normal ou corrigida de 20/20. Empregaram-se estímulos visuais acromáticos, circulares e estáticos. A FSC foi estimada com o método psicofísico da escolha forçada, na qual pares de estímulos são sucessivamente apresentados, um com a frequência espacial e o outro neutro, com padrão homogêneo. As frequências espaciais utilizadas foram 0,5; 1,25; 2,5; 4; 7,5; 10 e 20 cpg (ciclos por grau de ângulo visual) para grades senoidais verticais e 1, 2, 4, 24 e 48 ciclos/360º para o estímulo de frequências angulares. Os estímulos foram apresentados em um monitor de vídeo colorido LG Cathodic Ray Tube. A luminância média da tela foi 41,05cd/m2, mensurada com um fotômetro ColorCAL da Cambridge Research Systems. Para responder aos estímulos o voluntário utilizava um mouse a uma distância de 300 cm do monitor. Resultados: Para a análise estatística foram utilizados a ANOVA para medidas repetidas e o teste post-hoc Newman-Keuls. Tanto com o estímulo de frequências angulares quanto com a grade senoidal vertical ocorreu efeito estatisticamente significativo entre os grupos, entre as frequências e entre as frequências*grupos (p<0,001). As pessoas com esclerose múltipla apresentaram menores valores de sensibilidade ao contraste em todas as frequências dos dois estímulos pesquisados. No entanto, houve diferenças significativas nas frequências 1,25; 2,5 e 4 cpg (p<0,001) da grade senoidal vertical e 2, 4 e 24 ciclos/360º (p<0,001) do estímulo de frequências angulares. Conclusão: A SC na esclerose múltipla está alterada também quando avaliada com o estímulo de frequências angulares. Isso reforça que a SC pode contribuir com informações clínicas importantes que auxiliem no reconhecimento dessa doença em estágio precoce