Trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri, em Crato-Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Susana Dainara Terto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/60975
Resumo: A pesquisa apresentada traz resultados de uma investigação bibliográfica e de campo, do Programa de Pós - Graduação em Geografia - PPGEO, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, campus Recife, em nível de mestrado, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Geografias Negras e Indígenas - GENÍ e o Laboratório de Estudos sobre o Espaço, Cultura e Política - LECgeo. Pensando em como as diversas violências sofridas por mulheres negras dentro da academia estão atreladas ao gênero, raça e classe, e contribuem para que o racismo, sexismo e capitalismo se fortaleçam enquanto fonte de manutenção para condições estruturantes das relações sociais, o principal objetivo deste trabalho é analisar e refletir, a partir das narrativas, as trajetórias socioespaciais de estudantes negras do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri - URCA, em Crato - Ceará, compreendendo em que medida a discriminação da gênero e de raça afeta corporal e territorialmente suas vidas, considerando suas relações sociais e dimensões espaciais tomadas, principalmente, a partir do acesso à universidade e seus mecanismos construídos para o enfrentamento ao racismo e sexismo dentro desses espaços. Metodologicamente, o estudo se amparou nas “escrevivências”, de Conceição Evaristo, e no “desde dentro”, de Geny Guimarães, a partir das próprias narrativas de mulheres negras. Como parte dos resultados, constatou-se que o perfil do corpo discente da universidade vem mudando significativamente. Em sua maioria, está composta por pessoas negras, o que é um avanço e resposta, principalmente às políticas de ação afirmativas, como, por exemplo, a Lei no 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas. Apontando para a importância de manutenção de políticas voltadas para essa população, como forma de integrar na sociedade, grupos que historicamente foram afastados e apagados da história do Brasil. Reforço também a importância do papel dos movimentos sociais nesse processo de inserção e permanência dessas mulheres nos espaços apontados, trazendo também a relevância da construção de novas metodologias e novos métodos dentro da geografia, especificamente, no campos das geografias negras.