Interpretações bioestratigráficas e paleoclimáticas, com base em nanofósseis calcários, do Paleogeno, sites 354 (DSDP) E 929E (ODP) - Elevação Ceará - Atlântico Equatorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LEMOS, Flávia Azevedo Pedrosa
Orientador(a): LIMA FILHO, Mário Ferreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53309
Resumo: A Elevação Ceará está localizada no Oceano Atlântico Equatorial, sob uma coluna de água de aproximadamente três mil metros, está limitada a Norte, Leste e Sul pela Planície Abissal Ceará, e na porção Oeste/Sudoeste, pela Bacia da Foz do Amazonas. A Elevação Ceará é caracterizada morfologicamente como um alto topográfico submarino e está inserida na região de crosta oceânica. Teve sua gênese no Campaniano, durante o processo de cisalhamento das Placas Sul-Americana e Africana e foi submetida aos efeitos provocados por grandes mudanças climáticas no Paleogeno, como o Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno (MTPE) e os primeiros indícios de gelo. Esta tese objetiva reconhecer e integrar o estudo bioestratigráfico dos nanofósseis calcários do Paleogeno e suas interpretações paleoclimáticas. As amostras de testemunho analisadas foram cedidas pelo Deep Sea Drilling Project (DSDP) e pelo Occean Drilling Project (ODP), o método utilizado para a identificação de biozonas foi baseado na primeira e última ocorrência estratigráfica dos táxons (respectivamente). Foram confeccionadas cinquenta e cinco lâminas e identificadas 174 espécies, petencentes a 45 gêneros, agrupados em 17 famílias. Observações quanto a preservação, riqueza específica e a abundância relativa foram realizados e as principais espécies fotografadas e mensuradas, a fim de ilustrar o estudo e construir um biozoneamento no intervalo em questão. A partir da distribuição estratigráfica das espécies, a seção investigada foi refinada bioestratigraficamente e intervalos cronoestratigráficos foram identificados. Foram descritas seis biozonas, referentes ao intervalo Eoceno/Oligoceno, no Site 354 e onze biozonas relativas ao intervalo Paleoceno/Eoceno/Oligoceno, no Site 929E. Foram geradas duas curvas isotópicas com base em δ18O e δ13C, que detectaram varições de temperatura e o principal evento paleoclimático para o intervalo estudado. A correlação entre os dados qualitativos, quantitativos e isotópicos (δ18O e δ13C) demonstram uma influência direta das variações do clima e das preferências tróficas na nanoflora durante o Paleogeno. A partir destas informações, conclui-se que, no que se refere ao Atlântico Equatorial, o Paleoceno/Eoceno (biozonas NP9/NP10) pode ser caracterizado por temperaturas elevadas e baixo influxo de nutrientes, seguido do Eoceno inferior, onde é reconhecido o Máximo Termal (NP10), diagnosticado pelas mais altas temperaturas e posteriormente é verificada a diminuição gradual da temperatura até o Oligoceno (biozonas NP21 a NP25), evidenciado, também, pelo registro de táxons mais especificos de aguas frias.