Desigualdade regional de bem-estar no Brasil: uma análise a partir do consumo das famílias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MELO, Maria Renata Bezerra
Orientador(a): MENEZES, Tatiane Almeida de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Economia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34309
Resumo: Esta tese é constituída por dois artigos científicos que procuraram analisar a magnitude, evolução e fatores associados à desigualdade de bem-estar entre as famílias das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil sob a ótica do consumo. Para isso, utilizou-se metodologias inovadoras nessa área de estudo. A fonte de informação para ambos foi a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POFs) dos biênios 2002-2003 e 2008-2009 do IBGE. O primeiro artigo aplicou métodos baseados na distribuição relativa proposta por Handcock e Morris (1999) para comparar o bem-estar das famílias das regiões Nordeste e Sudeste a partir do exame das distribuições do consumo per capita. Tais métodos combinam ferramentas gráficas para uma análise exploratória dos dados, índices de entropia relativa e índices de polarização relativa. Os resultados encontrados apontaram que as famílias da região Sudeste têm um nível de consumo superior ao das famílias da região Nordeste ao longo de toda a distribuição de consumo. A comparação dos índices de entropia entre os biênios revela que houve uma redução na divergência entre as distribuições de consumo das regiões, enquanto o índice de polarização relativa na mediana aponta que quase não há diferença na forma entre as distribuições, principalmente no biênio 2008-2009. Portanto, podemos concluir que essa redução na divergência entre as distribuições foi devido à uma aproximação das medianas, revelando uma convergência no padrão de vida entre as regiões. No segundo artigo, investigou-se as fontes de desigualdade na distribuição do consumo familiar per capita no âmbito das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Para isto, empregou-se o método Recentered Influence Function (RIF) Regression proposto por Firpo, Fortin e Lemieux (2009). Os resultados apontam que as famílias da região Sudeste exibem um nível de consumo maior do que o das famílias da região Nordeste ao longo de toda a distribuição e que essas lacunas se devem majoritariamente a diferenças nas características produtivas e demográficas da família, notadamente na escolaridade dos chefes. Observou-se também uma redução da disparidade regional de consumo, com reduções maiores nos quantis superiores. Houve, contudo, um aumento da distância em termos de residência em áreas urbanas e de dotação de capital humano entre os mais pobres das duas regiões. Embora tenhamos verificado uma redução do gap, a disparidade continua ainda muito significativa. Assim, reforça-se a importância de políticas públicas, voltadas principalmente para os mais pobres da região Nordeste, que visem aumentar o acesso à educação e ao mercado de trabalho, promovendo autonomia econômica dessa população.