Representações sociais sobre família e classes sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: da Rocha Araújo, Walter
Orientador(a): de Fátima de Souza Santos, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9933
Resumo: Este trabalho visa desenvolver uma discussão sobre as representações sociais construídas pela família, no contexto das diferentes classes sociais. As políticas sociais focadas na família, são elaboradas a partir da realidade social, utilizando-se sempre as análises elaboradas pelos cientistas, gestores políticos e lideranças sociais, nem sempre se levando em consideração o pensamento construído pelos membros da família. Entendemos que as mudanças vivenciadas pela família, ao longo do tempo, produzem novas formas de compreendê-la, intervindo assim na definição das políticas públicas voltadas para a mesma. Visando alcançar este objetivo, realizamos uma pesquisa empírica com famílias da cidade de Maceió (Brasil), utilizando suporte teórico e metodológico sobre representações sociais e classes sociais, apoiado em Moscovici, Jodelet, Abric e Marx. Além disso, fundamentamos nossa discussão sobre a família a partir de Engels, Segalen e Ariès. Com estes elementos, processou-se uma leitura teórica sobre família, classes sociais, representações sociais e políticas sociais. O uso do questionário e entrevistas completou a ordenação teórica deste trabalho, além da delimitação das práticas sociais vivenciadas na organização familiar. As diferenças de pensamento sobre família, a partir de cada classe social, ainda que não totalmente distintas, apresentam uma família de classe rica (Classe A) conservadora, atrelada ao modelo nuclear burguês e preocupada com os aspectos afetivos dos seus membros. A família de classe média (Classe B) é apresentada como aberta a novas formas de ser família, adaptando-se mais facilmente às novas características do papel social da mulher. Além disso, encontra-se preocupada com a prática da religião e com valores moralizantes, capazes de dar sustentação a uma unidade familiar idealizada. A família de classe pobre (Classe C) se apresenta como a mais excluída da participação nos bens e serviços oferecidos pelo Estado. Em contrapartida, defende-se desta exclusão criando redes de sobrevivência, sustentada pelo apoio dos conterrâneos e apadrinhamento dos grupos mais favorecidos economicamente. Além disso, organizam-se em torno da figura feminina e de uma rigorosa religiosidade. O ser família, para este grupo, é centrado na figura dos filhos