Obtenção, caracterização e avaliação da citotoxicidade de membrana à base de galactomanana contendo lactoferrina incorporada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SEIXAS, José Roberto Pimentel Cabral de
Orientador(a): CUNHA, Maria das Graças Carneiro da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50459
Resumo: Membranas preparadas à base de polissacarídeos vêm se revelando promissoras como biomateriais, devido à possibilidade de controle da sua composição e por serem biocompatíveis e biodegradáveis, facilitando assim a adesão e proliferação celular. A lactoferrina é a segunda proteína predominante no leite humano, apresentando também grande relevância nos bovinos, com concentrações mais elevadas no colostro. A galactomananaa foi extraída das sementes de Cassia grandis, utilizada para produção da membrana constituída de 0,6% (p/v) de galactomanana e de 0,2% (v/v) de glicerol acrescidas ou não de lactoferrina (Lf) (0,5 mg/mL). As mesmas foram caracterizadas através de análises físico-químicas [espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), cor (luminosidade-L*, verde ao vermelho- a*, amarelo ao azul-b* e opacidade-Y%), teor de umidade (TU), solubilidade, permeabilidade ao vapor de água (PVA), propriedades mecânicas, libertação proteica], assim como em relação a citotoxicidade in vitro sobre cultura de macrófagos da linhagem murina RAW 264.7. O FTIR obtido para a membrana de galactomanana sem lactoferrina (Lf) foi semelhante aos reportados na literatura enquanto que a presença de Lf foi confirmada pelo espectro das membranas que os comportava. Quanto à cor, ambas as membranas com e sem Lf apresentaram características brilhantes com uma forte tendência à brancura e aspecto ligeiramente amarelado; apresentando uma discreta opacidade (Y%). Os resultados referentes ao teor de umidade mostraram que as membranas à base de galactomanana contendo lactoferrina apresentaram uma redução significativa (p <0,05) quando comparados com a membrana sem Lf, o que pode ser explicado pelo fato de que a Lf apresenta regiões hidrofóbicas e hidrofílicas na sua conformação. Os resultados de solubilidade das membranas com e sem Lf foram de 92,00 ± 2,08 % e 98,67 ± 7,68 %, respectivamente, não apresentando diferença estatística (p>0,05). Os resultados de PVA para as membranas de galactomanana com e sem lactoferrina foram de 6,97 ± 1,14 x 10- 7 (gh-1 m-1 Pa-1) e 5,84 ± 0,77 x 10-7 (gh-1 m-1 Pa-1), respectivamente, apresentando a mesma ordem de magnitude reportada na literatura para diferentes membranas polissacarídicas. Os resultados das propriedades mecânicas revelaram que a rigidez das membranas com Lf (0.37 ± 0.01 Mpa) foi inferior às dasmembranas sem Lf (0.98 ± 0.09 Mpa), quanto a resistência a tração para as membranas com e sem Lf não foram detectadas diferenças significativas, apresentando valores de 2,64 ± 0,52 Mpa e 2,78 ± 0,17 Mpa; os valores de alongamento à ruptura foram de 5.75 ± 0.50 % e 13.05 ± 0.44 % para as membranas sem e com Lf, respectivamente, confirmando que as membranas com Lf imobilizada foram mais flexíveis que as membranas sem Lf. A cinética de libertação da Lf da membrana de galactomanana, confirmou sua libertação da matrix polissacarídica. As soluções de membranas da galactomanana sem e com lactoferrina incorporada nas concentrações de 3,125 a 25 μg/mL não apresentaram citotoxicidade frente a linhagem RAW 264.7. Os resultados obtidos demonstram que as membranas de galactomanana com e sem lactoferrina foram desenvolvidos com sucesso, sugerindo sua ampla aplicação na área alimentar e da saúde.