Estudo da eficiência da lactoferrina como conservante em formulações semi-sólidas para produtos cosméticos e farmacêuticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Stevanato, Marise Conceição Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60131/tde-26072007-145038/
Resumo: A lactoferrina bovina, descoberta em 1939, é uma glicoproteína que se liga reversivelmente a dois íons férricos, sendo capaz de seqüestrá-los de certos patógenos ou do meio, promovendo redução do crescimento microbiano ou se ligar as suas paredes celulares resultando na permeabilização. A lactoferrina vem ganhando notoriedade nas pesquisas, pois investigações têm descrito sua atividade in vitro frente a diversos microrganismos. Em razão desta propriedade, a mesma poderia ter aplicação nas indústrias cosmética e alimentícia, como um conservante natural. Embora alguns conservantes já estejam consagrados na literatura, os mesmos têm sido relacionados com o desencadeamento de reações alérgicas e de sensibilização, motivando a procura do conservante ideal. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização da lactoferrina como conservante em formulações semi-sólidas tópicas para usos cosmético e farmacêutico, bem como verificar as estabilidades física e físico-química. Com esta finalidade, três diferentes concentrações de lactoferrina foram incorporadas nos cremes não-iônico e aniônico, gel e gel-creme. A atividade da lactoferrina foi avaliada através do teste de eficácia conservante, sendo que as formulações foram contaminadas com concentrações conhecidas dos microrganismos Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Candida albicans e Aspergillus niger, com posterior contagem do número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC), em placas de Petri, nos tempos zero, 2, 4, 6, 12, 24, 48 e 72 horas, bem como em 7, 14, 21 e 28 dias. Para estudo das estabilidades, as formulações foram avaliadas nos tempos zero, 15, 30, 60, 90, 150 e 180 dias, nas temperaturas de 4°, 25° e 40°C. A estabilidade físico-química foi avaliada através das características macroscópicas, estabilidade à centrifugação, pH, densidade e consistência. A estabilidade física, por meio da determinação da viscosidade e comportamento reológico. Os resultados obtidos, nas condições experimentais deste trabalho, permitiram inferir que a lactoferrina bovina não provocou alteração significativa nas estabilidades física e físico-química das formulações estudadas. Quanto à eficácia da lactoferrina, a mesma não pode ser classificada como substância dotada de atividade conservante, pois não atendeu às exigências preconizadas em compêndios oficiais, frente aos microrganismos estudados. Mesmo não tendo atendido às exigências oficiais como conservante, mostrou-se efetiva frente à levedura Candida albicans, nas formulações do creme não-iônico e gel de hidroxietilcelulose. No entanto, estudos posteriores poderão avaliar a associação da lactoferrina a outros conservantes, buscando sinergismo entre eles, conseqüentemente, podendo diminuir as reações adversas e sensibilizações no usuário.