O DEBATE DA POLÍTICA CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E OS SENTIDOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO (1996-2006): DEMANDAS, ANTAGONISMOS E HEGEMONIA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ARAÚJO, Kátia costa Lima Corrêa de
Orientador(a): MELO, Márcia Maria de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15332
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar o debate da política curricular para a formação de professores e os sentidos do estágio supervisionado no período 1996-2006, considerando demandas, articulações, antagonismos e hegemonia. Especificamente trata de identificar as demandas, os antagonismos e as disputas hegemônicas de significação nos documentos das entidades acadêmicas de educadores reunidas em torno da Anfope e os processos hegemônicos a partir da lógica da equivalência e da lógica da diferença nos documentos das políticas curriculares do MEC/CNE. Formulamos as seguintes indagações: quais as demandas, as articulações e os antagonismos constituídos nesse debate? Quais demandas particulares se articulam para formar cadeias equivalenciais? Como se dá a formação da fronteira antagônica? Quais demandas se hegemonizam na política curricular para a formação de professores para a educação básica? Como os sentidos do estágio são construídos ao longo desse debate? Operamos com a teoria do discurso formulada por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe (1987) partindo do pressuposto que o debate da política curricular para a formação de professores é um campo de articulação discursiva e de disputas hegemônicas de significação. O estudo assume uma postura pós-estruturalista e discursiva do currículo para a formação de professores, questionando os essencialismos e as tentativas de fechamento da significação. Sob esta ótica, o currículo é visto como prática de articulação discursiva, como „jogos de linguagem‟onde os significados não são fixos, mas contingentes, e são definidos a partir das disputas pela sua legitimação. Esta pesquisa teve como campo de estudo a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE - e o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação – MEC/CNE. O corpus analítico é constituído pelos documentos de definições curriculares emanados do MEC/CNE, no período 2001-2006, e documentos produzidos pelas entidades acadêmicas do campo educacional, reunidas em torno da Anfope, no período 1996-2006. Para a análise do corpus analítico elegemos as categorias discurso, demandas, articulação, antagonismo, hegemonia, significante vazio, lógicas da diferença e da equivalência, dentre outras noções constitutivas da teoria do discurso. A partir desse referencial, construímos um método de análise com base no arcabouço teórico da teoria do discurso para analisar o debate da política curricular para a formação de professores e os sentidos do estágio supervisionado na perspectiva da desconstrução/problematização dos discursos, demonstrando como se opera a sua hegemonização. Os resultados da pesquisa revelaram as demandas, os antagonismos e as disputas hegemônicas de significação em torno de projetos de sociedade, de educação e de currículo para a formação de professores nos documentos das entidades acadêmicas de educadores/Anfope, bem como aquelas demandas que alcançaram a hegemonia dos discursos como efeitos da lógica da equivalência e da diferença nos documentos das políticas curriculares do MEC/CNE.