Processos de significação de meninas sobre pertencimento étnico-racial : um olhar para as interações sociais em grupos de brinquedo
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40375 |
Resumo: | As crianças estão imersas no tecido social. Elas apropriam-se de informações do seu entorno, transformam e constroem significações e se constituem na cultura. O pertencimento a um grupo étnico-racial é apreendido em tenra idade e perpassado por marcadores como raça, gênero, classe social e relações de poder. O racismo estrutural institui condições desiguais que hierarquizam os diferentes grupos sociais. Ele é substrato na construção sócio-histórica da sociedade brasileira, marcada pelo colonialismo e pela escravização negra no contexto da diáspora africana. Partindo dessa compreensão, o objetivo geral da tese é identificar e analisar fragmentos de significações de meninas sobre pertencimento étnico-racial, capturados em suas interações quando brincavam em grupo. Participaram do estudo oito meninas, na faixa etária de 9 a 11 anos, estudantes de uma escola pública do Plano Piloto de Brasília, sendo quatro com fenótipo negro e quatro com fenótipo branco. As sessões de observação, com duração média de 30 minutos, ocorreram em dois grupos (A e B), cada um com quatro meninas, duas negras e duas brancas. Foram videogravadas sete sessões quando as crianças brincavam livremente com objetos disponibilizados pela pesquisadora: uma boneca negra; uma loira; uma oriental; uma branca de cabelos castanhos; mobílias de casinha, vestuários, acessórios para bonecas e o jogo Cara a Cara. Foi realizada uma análise microgenética das sessões com identificação, recorte e transcrição de episódios interacionais relacionados à temática pesquisada. Os episódios foram agrupados em tópicos de análise e evidenciam crenças e valores calcados no racismo estrutural da macrocultura, na maioria das vezes com noções de supremacia branca e desvalorização da diversidade étnico-racial, principalmente no que diz respeito à negritude. Evidenciam, ainda, o fenômeno do racismo subjacente aos scripts das ações das crianças, embora estas também ofereçam resistências, deslocando lugares comuns da opressão racial e criando outros significados nas culturas infantis. |