Pertencimento étnico-racial de professores de Ciências e Biologia: implicações no combate ao racismo na escola
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19260 |
Resumo: | No passado a Ciência contribuiu para a criação de estereótipos negativos em relação ao povo africano e seus descendentes, através de teorias ditas científicas, como: o Racismo Científico, o Darwinismo Social e a Eugenia no século XIX. Sendo assim, faz-se necessário que na contemporaneidade essas questões sejam discutidas, tanto nas universidades, quanto na educação básica. Esta necessidade se dá porque, mesmo com as diversas desqualificações que estas teorias sofreram, estas ainda fazem parte do imaginário social, impactando negativamente os nossos alunos na construção de sua identidade e (re)conhecimento da história do seu povo. Apesar de sua importância, essa temática ainda não se faz presente nas aulas de Ciências, tal como apontam os estudos de Verrangia e Silva (2010); Souza (2014); Souza (2015) e Pinheiro (2016), dentre outros. Neste sentido, esta pesquisa se baseia nos seguintes questionamentos: como os professores de Ciências e Biologia construíram o seu pertencimento étnico-racial ao longo de suas trajetórias de vida? Como isto pode influenciar na forma como eles atuam nas escolas frente às questões do racismo? A fim de orientar as questões levantadas e integrar os resultados desta pesquisa à discussão teórica, temos como objetivo compreender como o pertencimento étnico-racial de professores de Ciências e Biologia pode influenciar no combate ao racismo e no trabalho com a diversidade étnico-racial nas escolas em que atuam. A metodologia utilizada neste trabalho é a pesquisa narrativa, também conhecida como método ou abordagem biográfica. Trata-se de uma modalidade qualitativa de pesquisa. Assim, entrevistamos dois professores, que foram selecionados a partir do grupo de egressos da UERJ/FFP. A análise dos dados da entrevista revelou que o processo de construção do pertencimento étnico-racial se dá cotidianamente nas experiências vividas nos diferentes espaços sociais, ou também, pode nem ter sido construído, como no caso da professora Ayan, que apenas identificava-se como parda. Da mesma forma, esta temática não aparece de forma significativa em seu trabalho como professora. Ela parece não considerar a importância de trabalhar a valorização da diversidade e de promover discussões sobre as práticas de racismo existentes na escola. Já o professor Nkosi, assume-se como um professor negro e parece enxergar a importância de trabalhar tais questões com seus alunos e de combater o racismo na escola em que trabalha, as discussões sobre questões raciais, na maioria das vezes, ocorrem paralelamente ao conteúdo, através de diálogos que procura estabelecer no início de suas aulas. Assim, esta pesquisa indica que o pertencimento étnico-racial dos professores, no caso, de Ciências e Biologia, influencia no trabalho com a diversidade étnico-racial dos alunos e no combate ao racismo nas escolas. Além disto, a identidade docente e a prática reflexiva – capaz de identificar os objetivos e o papel do Ensino de Ciências na vida dos alunos – também trazem implicações no trabalho com as questões étnico-raciais. |