Uma festa ideal? Configurações do São João de Arcoverde a partir das relações entre poder público, moradores e visitantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: MARQUES, Priscilla Carla Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1102
Resumo: A presente pesquisa teve a intenção de compreender a configuração atual dos festejos juninos de Arcoverde, cidade localizada no sertão pernambucano, analisando a participação de seus agentes: poder público, comunidade local e visitantes, em um contexto de aparente crescimento do turismo. As festas podem ser estudadas a partir de diversas abordagens teóricas, aqui se utilizou o debate sobre a relação entre festa e cotidiano, bem como a interface das festas com as operações turísticas que reconfiguram os festejos, levando em conta as demandas de consumidores. Foi realizado trabalho de campo (Junho de 2007 e 2008) em Arcoverde, baseado na observação participante e acompanhado de entrevistas semi-estruturadas com moradores, visitantes e representante do poder público municipal. A etnografia sugere que a festa tem como principal agente para sua realização o poder municipal, mas seus representantes levam em conta as demandas dos moradores da cidade e, simultaneamente, as dos visitantes. Sua configuração resulta num arranjo que segue a estrutura de grandes festas populares públicas (divisão em pólos, temas, decoração, etc.), mas, ao mesmo tempo, tenta contemplar elementos que são definidos por visitantes e moradores como tradicionais, como, por exemplo, o ritmo do coco. Para operacionalizar essas duas orientações distintas, que poderia ser conflitante, a distribuição das atrações em pólos permite harmonizar os grupos (moradores e visitantes), separando-os e ligando-os na medida em que transitam entre estes pólos destinados a atrações especificas. Os sentidos da festa emergem da comparação com as festas de Caruaru e Campina Grande, paradigmáticas para o São João de sucesso no Nordeste, sendo os contrapontos mais importantes: os elementos da cultura local, presentes em Arcoverde e ausentes nas outras cidades, e a quantidade de visitantes, que não é exagerada. De certa forma, o fenômeno do turismo põe em tela a importância da tradição para configurar a festa de Arcoverde, mas, por sua vez, a estruturação da mesma em pólos segue as demandas de consumo