Efeito dose-resposta do número de sessões da estimulação transcraniana por corrente contínua na recuperação da função motora de membro superior em pacientes pós acidente vascular cerebral crônico : um ensaio clínico randomizado e controlado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: RAMALHO, Raylene Acácia Pires de Araújo
Orientador(a): MACHADO, Kátia Karina do Monte Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49383
Resumo: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade física de longo prazo entre adultos e, a maioria dos sobreviventes (77%) apresentam déficits sensório-motores crônicos que interferem na sua independência funcional. Portanto, surge um interesse de investigar a tDCS (do inglês, transcranial direct current stimulation) associada à fisioterapia na potencialização dos ganhos funcionais no membro superior (MS) hemiparético. Os estudos com tDCS apesar de demonstrarem efeitos positivos na recuperação do MS apresentam uma grande variabilidade no número de sessões. O presente estudo propôs confirmar se o efeito da tDCS anódica e catódica sobre o hemisfério lesionado associado a fisioterapia é superior ao da fisioterapia isolada, analisar a dose-resposta do número de sessões de tDCS associada a fisioterapia (5 versus 10 sessões) e estabelecer 5 ou 10 sessões como o número mínimo de sessões de tDCS associada a fisioterapia na recuperação sensório-motora do MS parético. Para isso, foi realizado um ensaio clínico randomizado, sham-controlado e duplo-cego realizado com pacientes pós-AVC crônico (≥ 3 meses após lesão). A amostra foi composta de cinquenta e sete pacientes, randomizados e alocados em três grupos: (i) tDCS anódica (n=20); (ii) tDCS catódica (n=20) e (iii) tDCS sham (fictícia; n=17). Após a estimulação, todos os grupos foram submetidos a fisioterapia com duração de 45 minutos, com um total de 10 sessões experimentais (5 vezes por semana). A recuperação sensório-motora foi avaliada através da escala Fugl-Meyer - Upper Extremity (FMA-UE) aplicada antes (basal) e após as intervenções (após 5 e 10 sessões). Para a FMA-UE, foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas 3 x 3 com o fator tempo (antes e após 5 e 10 sessões) e grupo (tDCS anódica, tDCS catódica e tDCS sham). A ANOVA one-way foi usada para comparar as mudanças nos escores da FMA-UE (mudança do basal) entre os grupos após cinco e dez sessões. A comparação do número de pessoas que atingiram a diferença mínima clinicamente importante (mCID; >5 pontos da FMA-UE) entre os grupos foi feita através do teste Qui-Quadrado. Para todas as análises estatísticas foram considerados um nível de significância de 95% (p<0,05). Na comparação com os valores basais, nos grupos com tDCS, foi observado um aumento dos escores da FMA-UE após cinco e dez sessões. No grupo sham, apenas após dez sessões uma melhora na recuperação sensório-motora foi observada. Na comparação entre os grupos da variação dos escores após as sessões, foi observada uma diferença significativa entre o grupo submetido a tDCS anódica e o sham (p<0.03) após cinco sessões. Analisando o estadiamento do tamanho do efeito produzido (mudança moderada: 5-10 pontos e robusta: > 10 pontos), os resultados apontam uma superioridade para os pacientes submetidos à estimulação anódica quando comparado com os submetidos à estimulação catódica. Em conclusão, os resultados confirmam o benefício da associação da tDCS com a fisioterapia para a recuperação do MS parético de pacientes pós-AVC e sugere que apenas cinco sessões sejam suficientes para a tDCS potencializar os efeitos da fisioterapia.